Correios da região não aderem à greve

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Correios da região não aderem à greve

Carteiros do RS pedem mais contratações e o fim das entregas no período da tarde

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Os servidores dos Correios do Rio Grande do Sul decidiram paralisar as entregas por dois dias, entre ontem e hoje. A greve foi deflagrada em assembleia nessa quarta-feira, em Porto Alegre, mas não teve adesão dos carteiros do Vale.

02A categoria pede a contratação de novos entregadores por meio de concurso público e o fim das entregas no período da tarde. De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do RS (Sintectrs), Vítor Rittmann da Silva, os servidores sofrem com sobrecarga de trabalho devido à falta de pessoal.

Segundo Silva, o número insuficiente de servidores é a principal causa de atrasos em correspondências. Ele relata casos de agressões sofridas por carteiros pela demora na entrega de contas que chegam vencidas à população. “Também temos muitos trabalhadores que adoecem por falta de condições de trabalho.”

Em nota, a empresa afirma cumprir com o último acordo coletivo, firmado com a categoria em agosto do ano passado com intermediação do Tribunal Superior do Trabalho. Os Correios alegam manter diálogo permanente com a categoria, e que as negociações resultaram em avanços nas condições de trabalho.

Quanto à necessidade de contratações, a empresa calcula em 210 o déficit de empregados no Estado. Garante fazer contratações temporárias para atender a demanda de forma emergencial. Já o sindicato alega faltar cerca de mil profissionais para cumprir o cronograma de entregas estabelecido pela empresa.

Atrasos recorrentes

A demora na entrega de cartas e encomendas resulta em reclamações constantes nos municípios da região. Os problemas são confirmados pela diretoria regional dos Correios do Rio Grande do Sul.

Entre os motivos para os atrasos, estão o aumento na demanda, o afastamento de trabalhadores por motivos de saúde e o déficit de servidores.

Nos últimos três anos, foram contratados 1,8 mil carteiros no Estado, após concurso público em 2011. No Vale do Taquari, são 88 profissionais, que atuam em 13 municípios.

Em Colinas, Doutor Ricardo, Fazenda Vilanova, Imigrante, Marques de Souza, Pouso Novo, Progresso, Relvado, Santa Clara do Sul, Sério, Travesseiro e Vespasiano Corrêa não há carteiros.

Os Correios entregam diariamente 30 milhões de objetos no Brasil. No Rio Grande do Sul, são entregues três milhões de correspondências todos os dias.

Segundo a empresa, medidas como o cumprimento de horas extras, realização de entregas aos sábados e o apoio de profissionais de outras unidades buscam normalizar o serviço.

Horário das entregas deve mudar

Os trabalhadores também reivindicam mudanças no horário de entrega de cartas e encomendas. O Sintectrs pede que distribuição à tarde não ocorra no verão. Vitor da Silva relata casos de mal-estar e até desmaios nesta época do ano.

Os Correios alegam que as mudanças no cronograma de entregas foram iniciadas, e que gradualmente passarão da tarde para a manhã. Ao menos 19 unidades terão o horário alterado em breve.

Segundo a empresa, a alteração de horário impacta na logística de distribuição, alterando horários de recebimento de carga das linhas aéreas e a organização das encomendas nas centrais de distribuição.

Baixa adesão

Conforme os Correios, a ausência de trabalhadores do Vale do Taquari na paralisação é reflexo da baixa adesão dos carteiros ao movimento. A empresa alega que nenhuma unidade ficou fechada ontem e acredita que as agências funcionarão normalmente hoje, inclusive com postagem do serviço de Sedex para qualquer região do país.

De acordo com o secretário-geral do Sintectrs, o governo estabeleceu políticas que atrapalham as mobilizações, como cortes no ponto e descontos nos dias de greve. “É uma política que amedronta os trabalhadores e mina o direito de greve.”

Mesmo assim, Silva alega que o intuito da mobilização foi cumprido. Segundo ele, o sindicato levantou o debate e pode mostrar para a população por que ocorrem atrasos nas correspondências.

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