Despachante tem nome usado em suposto golpe

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Despachante tem nome usado em suposto golpe

PC investiga venda de CNH falsa pela internet

O despachante Márcio Leandro Weschenfelder registrou queixa na delegacia de polícia na semana passada. A logomarca da empresa dele está sendo usada por golpistas. O símbolo aparece vinculado a um blog que oferece Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa para pessoas de todo o país. O serviço ilegal tem custo médio de R$ 2 mil, pagos em até 12 vezes no cartão.

01A mesma logomarca aparece inclusive em vídeos disponibilizados na internet, nos quais constam dicas de como comprar a CNH. Parte das informações está no próprio blog (veja boxe). Além da opção por qualquer categoria, a página on-line fornece orientações para a renovação do documento, adição de categorias e anulação das infrações. Tudo de forma ilegal.

O caso teve registro na delegacia de polícia na quinta-feira passada. O despachante relata receber e-mails e mensagens pelo celular há duas semanas, todas questionando como proceder para comprar uma CNH. “No início não dei atenção. Até respondi algumas, dizendo que isso era no CFC e não com despachante”, diz.

Em menos de 15 dias, Weschenfelder conta ter recebido mais de cinco recados, um deles de Minas Gerais. “Não estava entendendo nada, até alguém me mandar o link de um vídeo.”

Foi então que, segundo ele, reconheceu a logomarca sendo utilizada por outra pessoa, em um blog que oferecia CNH.

Além de registrar ocorrência na delegacia, Weschenfelder contatou os responsáveis pelo canal de vídeos da internet. Porém, teve o pedido de retirada das imagens negado pela empresa. Não procurou o responsável pelo blog.

Dentre os detalhes, Weschenfelder reconhece que a logomarca da empresa não foi registrada, apenas o nome. Há três anos no ramo, o despachante não havia passado por situação semelhante antes. Espera desvincular o escritório da tentativa de fraude.

Polícia investiga estelionato

O delegado Sílvio Huppes, da PC de Lajeado, acredita na hipótese de estelionato – quando a pessoa paga, mas não recebe o documento. “Em um primeiro momento, os indícios mais fortes são de que se trata de um golpe.” Ao mesmo tempo, não descarta a falsificação.

Para tentar solucionar o caso, ressalta a verificação da hospedagem do blog e e-mail utilizados. Entre as páginas on-line, consta que o documento seria impresso em São Paulo. Por este motivo, o delegado cogita a participação de pessoas de outros estados, o que ampliaria a investigação.

Segundo ele, o caso não é comum na região, a qual costuma registrar casos como o golpe do bilhete premiado e falso sequestro.

Huppes ressalta que, caso confirmado crime de estelionato, a pena é de um a cinco anos de reclusão. Para falsificação de documento, varia de dois a 6 anos, tanto para o vendedor quanto ao comprador.

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