Bom Retiro do Sul – As negociações salariais entre a administração municipal e os quase 500 servidores municipais passaram a ser intermediadas pelo Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Bom Retiro do Sul (Sinfais). Fundada em maio do ano passado, a entidade quer aumento real de 4% nos vencimentos da categoria e alteração da data base do reajuste de abril para janeiro, entre outros pedidos.
De acordo com a presidente do Sinfais, Aline Ferreira, as reivindicações foram elaboradas pelos servidores em 2014, durante encontros e assembleias. Em novembro, os pedidos foram entregues ao prefeito Pedro Aelton Wermann. “Ele garantiu nos dar um retorno em janeiro, mas até agora nada.”
Segundo Aline, há duas semanas o sindicato tenta contato com Wermann, mas não consegue horário na agenda do prefeito. Representantes da entidade pretendem ir hoje à prefeitura e aproveitar o dia de atendimento ao público. “Queremos uma posição”, reforça a presidente.
Além das mudanças salariais, o Sinfais também quer a criação de leis que permitam a contribuição sindical por meio de desconto em folha. Conforme Aline, os auxílios são fundamentais para a manutenção da entidade. “Até o momento, contamos com a caridade de um advogado, que presta trabalho voluntário em nossa assessoria jurídica.”
A presidente ressalta que todo o custo relativo à legalização do sindicato foi custeado pela própria direção da entidade. “Dividimos uma despesa de cerca de mil reais.” E entidade ainda busca recursos para registro no Ministério do Trabalho.
Orçamento motiva pedido
Conforme o Sinfais, o pedido é coerente com o crescimento de 8,5% no orçamento do município, registrado no ano passado.
De acordo com a presidente Aline, a alteração na data data-base do reajuste anual foi acordada com vice-prefeito, Paulo André Eidelwein, ainda no primeiro semestre de 2014. “Esse é um pedido que fazemos desde 2013 e ainda não fomos atendidos”, relata.
Os trabalhadores também pedem aumento de 50% no valor do vale-feira e de 10% no vale-refeição, além das revisões dos critérios para concessão do benefício. Também reivindicam a criação de um plano de carreira para a categoria e revisão nas perícias que comprovam insalubridade ou periculosidade nas atividades desenvolvidas.
Executivo reitera diálogo
O prefeito confirma as dificuldades na agenda durante as primeiras semana do ano, mas garante que receberá os trabalhadores. Ele diz estar aberto ao diálogo com a categoria e espera o fim do recesso do Legislativo para discutir o as propostas com os vereadores.
Segundo ele, as definições quanto ao salário dos servidores depende da receita gerada neste ano. “Não posso combinar uma coisa e não fazer.” Segundo ele, a arrecadação municipal prevista para 2014 acabou não se confirmando no fim do ano.
Manifestações em 2014
A negociação salarial entre administração e servidores resultou em manifestações por parte dos trabalhadores. O primeiro protesto ocorreu no dia 31 de março, motivado por cortes em adicionais de insalubridade e a reclassificação no padrão salarial.
No dia 26 de abril, a categoria se mobilizou em uma passeata pelas ruas da cidade, após assembleia que rejeitou proposta de 6% no reajuste. A reivindicação era de 8% de aumento. O percentual oferecido pelo município foi aprovado pelo Câmara.
Reivindicações da categoria
– Aplicação de índice de inflação no salário dos servidores a partir de Janeiro de 2015;
– Aumento real de salário de 4%, em vista do orçamento municipal de 2015 ter aumentado em torno de 8,5% em comparação ao ano anterior;
– Revisão dos critérios de recebimento ou não do benefício Refeisul, bem como aumento de 10% do mesmo;
– Aumento do vale-feira de 50%;
– Criação da lei Municipal que autoriza o desconto em folha em prol do sindicato, através da mensalidade dos servidores públicos;
– Criação da lei que autoriza o desconto em folha dos servidores de acordo com a lei federal Nº 1.046/50 até 30% dos vencimentos com autorização do mesmo ao comércio de Bom retiro do Sul;
– Criação do estudo viabilizando a criação do plano de carreira aos servidores do município;
– Revisão pericial junto aos setores de trabalho dos servidores referente a risco de serviço insalubre ou periculoso.