Problema no esgoto da UPA persiste

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Problema no esgoto da UPA persiste

Quase três meses após denúncia de biólogos, efluentes deságuam no Jardim Botânico

Lajeado – A falha no sistema de esgoto da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi apontado no dia 11 de novembro de 2014. Dois meses e meio depois, vizinhos relatam que o problema piorou, e os efluentes gerados pela instituição de saúde estão sendo despejados em frente à estrutura e também dentro do Jardim Botânico. Segundo biólogos, a poluição já atingiu, ainda no ano passado, o pequeno lago dentro da principal área verde da cidade.

04O fiscal de posturas da secretaria de Planejamento (Seplan) apontou a possível falha no sistema hidrossanitário da UPA. Ele notificou as secretarias de Meio Ambiente (Sema) e de Obras e Serviços Urbanos (Sosur). Em dezembro, um mês após os avisos internos, nenhuma delas havia tomado qualquer atitude em relação à denúncia. Adi Cerutti, responsável pela Sosur, devolveu os documento encaminhados pelo fiscal e disse que o problema era do Estado, que havia fiscalizado a construção da unidade.

O secretário da Sema, José Francisco Antunes, não sabia do assunto. Hoje, após voltar do período de férias, o titular não soube precisar se o Executivo realizou alguma reforma no local. “Não saberia te dizer hoje. Preciso voltar e me inteirar deste assunto”, resume. O biólogo Leonardo Bazzanela, que já trabalhou no Jardim Botânico, garante que a poluição persiste. Outros funcionários do local confirmam.

Pacientes da UPA teriam, inclusive, reclamado de mau cheiro dentro da unidade. Um vigilante garante que o próprio médico se mostrou constrangido durante uma consulta. “Ele me disse que se estivesse no escritório particular dele a vigilância sanitária já teria interditado o local.” Segundo ele, o esgoto corre próximo à escadaria de acesso à unidade em dias de chuva.

Há também um pequeno córrego que cruza a ERS-413 e invade a área do Jardim Botânico. O esgoto cruza toda extensão do caminho de entrada da área verde, por onde passam todos os visitantes e funcionários. “Em dias de sol o cheiro é insuportável”, entrega um servidor que atua lá há mais de um ano. Assim como em dezembro, funcionários temem pela saúde de alguns animais que dependem do manancial.

Preocupação

De acordo com biólogos, a poluição do lago do Jardim Botânico iniciou após a inauguração da unidade de saúde, em março de 2014. Toda a estrutura foi construída entre os anos de 2010 e 2012 pelo governo estadual, que também foi responsável pela fiscalização da obra.

Bazzanela, em sua página do Facebook, ironiza a situação. “A UPA ainda irriga as terras do jardim com sua total fertilidade. É esgoto em área de preservação.”

Em dezembro, o biólogo já havia reclamado da demora na resolução do problema. Pedia pressa e alertava para uma situação de emergência ambiental. Para ele, há chances de mortandade de peixes e insetos aquáticos e diversos indicadores de poluição já haviam sido verificados no lago do Jardim Botânico. Entre eles, a ausência de mariscos de água doce e ovos de caramujo.

Sem respostas

A coordenadora da UPA, Franciele dos Santos, não quis comentar o assunto. “Quem responde por esta parte é a Sesa.” Ela apenas afirmou que repassaria a pergunta – feita por meio de e-mail – para a responsável na Sesa. Em dezembro, o titular, Glademir Schwingel, afirmou que a equipe verificaria o problema.

Já a assessoria de imprensa do Executivo avisava que a Sesa havia se prontificado a providenciar a limpeza da fossa e também informar o Estado para que a empresa responsável pela construção da UPA fosse notificada e providenciasse reformas. De férias, Schwingel não atendeu a reportagem.

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