Prioridade é retomar o turno integral

Você

Prioridade é retomar o turno integral

Coordenador Regional da Educação, Nelson Backes, é apresentado hoje, em Estrela

Vale do Taquari – Novo titular da 3ª Coordenadoria da Educação (3ª CRE), de Estrela, o professor Nelson Roberto Backes é apresentado hoje, a partir das 15h, em solenidade no Instituto Educacional Estrela da Manhã (IEEM). Assume o posto de Marisa Bastos na gestão 2015/2018. A posse oficial ocorreu no dia 12, em Porto Alegre.

01Ex-prefeito de Arroio do Meio pelo PDT, partido que comanda a Secretaria Estadual da Educação, Backes coordena um quadro de 2,2 mil professores e 580 funcionários. A 3ª CRE é responsável por 92 escolas de 32 municípios da região, que somam 30 mil estudantes.

Até o fim do ano, o plano de ensino segue aquele do governo anterior, afirma o coordenador. É o tempo necessário para avaliações da estrutura das escolas e para a elaboração de um novo plano. Entre os desafios, diz, está diminuir o número de reprovados e melhorar o desempenho dos alunos no Enem. A prioridade é a retomada do turno integral: transmissão de conteúdo em um turno e prática em outro.

O começo será pelo Centro Integrado de Educação Pública (Ciep), de Lajeado, uma das escolas construídas durante o governo de Alceu Collares para o tempo integral, e que, hoje, exceto a unidade de Canela, funcionam de forma convencional. Para ele, o trabalho é de longo prazo. É necessário investimento para a reestruturação.

Backes elogia o trabalho do governo anterior, em especial, pelos investimentos em estrutura física e pelo desenvolvimento do Ensino Politécnico. Ele acredita que há muito para viabilizar o turno integral.

“Comunidade precisa mostrar interesse”

Para o novo coordenador, ampliação na estrutura das escolas para viabilizar o turno integral só ocorrerá em comunidades que demonstrarem o interesse. “Não adianta investir para a escola ficar ociosa depois.” Ontem, após uma semana sob o comando da 3ª CRE, Backes concedeu entrevista.

A Hora – O Vale do Taquari teve um resultado abaixo do esperado no Enem de 2013. Como o senhor avalia isso?

Nelson Paulo Backes – Não foi nada satisfatório. O Rio Grande do Sul, há tempos, era um dos primeiros no Enem. Temos que descobrir o que aconteceu. Precisamos saber o porquê do aluno do Ensino Médio noturno ter tanta reprovação, por que se afasta e qual é a visão dele de educação. Temos que construir algo. A diferença de condição social é grande em relação aos alunos do turno do dia.

Como mudar a situação?

Backes – Deve haver uma mudança de comportamento das estrutura da escola, de atendimento diferenciado. À noite, o aluno trabalha para ajudar no sustento da família. Não se preocupa só com o estudo. É um conjunto de situações que não serei só eu que vou pensar. É preciso ter uma discussão diferente. Quem conhece bem é o professor, o coordenador pedagógico, que pode contribuir com sugestões de mudanças.

Para termos melhor resultado no Enem, nos espelhamos na educação de Pernambuco, especialmente pelo turno integral: a transmissão de conteúdo em um turno e a parte prática, com artes e marcenaria, em outro turno.

Isso foi comentado no evento de posse em Porto Alegre. Mas para termos o turno integral, é preciso ampliar a estrutura física e pedagógica. Alunos precisam de espaço para desenvolver práticas, como laboratórios. Muitas escolas sequer têm uma área coberta. Alunos revezam no recreio.

Mas só assumiremos o turno integral onde houver interesse da comunidade, demonstrado por meio de conselhos escolares, de grêmios estudantis. Aí buscaremos a estrutura. Não adianta investir para a estrutura ficar ociosa depois.

Como os investimentos serão viabilizados?

Backes – Quando a escola monta um bom projeto e o fundamenta bem, consegue dinheiro. Recursos existem. A presidente Dilma volta seu discurso para a educação. Para solicitar obras, a comunidade escolar deve enviar um ofício para a 3ª CRE, com detalhes técnicos e informações sobre a urgência.

Em seguida, a coordenadoria verifica a necessidade da obra na escola para depois encaminhar o pedido para o a Coordenadoria Regional de Obras (CRO), também de Estrela. A maioria dos recursos vem do governo federal com contrapartida do Estadual. No entanto, acredita que há muito para viabilizar o turno integral.

No fim do ano venceram os contratos emergenciais de professores. A CRE vai reaproveitá-los ou contratar novos?

Backes – Temos 2,2 mil professores. Em 2014, se encerraram contratos emergenciais de 13. Houve a reposição por professores nomeados. Temos que privilegiar quem fez concurso. Mas se precisarmos desse pessoal, não temos nenhuma restrição para contratá-los. Dependendo do resultado do levantamento do quadro de professores, se tivermos necessidades, podemos recontratá-los.

Qual o déficit de profissionais estimado para a área de abrangência da 3ª CRE?

Backes – O maior problema nas escolas não é a falta de professores, mas outros funcionários. Monitores, cozinheiras e instrutores de informáticas. Mas ainda não há como fazer concurso. Antes, temos que descobrir qual é a exata demanda. Estamos chegando à conclusão de que há redução de alunos. Em Guararapes, formamos 150 alunos no ano passado. Entraram 80. É uma perda de 70 alunos na matrícula. Temos escolas com apenas seis. Não adianta fazer concurso para sobrar funcionários.

Acompanhe
nossas
redes sociais