Ladrões cumpriam regime semiaberto

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Ladrões cumpriam regime semiaberto

Assassino de empresário deveria ter saído do presídio para trabalhar em uma obra

Vale do Taquari – Autor do disparo que matou o empresário Manfred Koelln, 63, o presidiário Luciano Moraes da Silva, 29, estava no regime semiaberto. Com diversas passagens pela polícia, deveria estar trabalhando durante essa quinta-feira, dia em que ele e um comparsa assaltaram um supermercado no bairro Jardim do Cedro, em Lajeado, depois foram até Bom Retiro do Sul para roubar uma lotérica.

02Na volta, se depararam com uma barreira policial. Eles perderam o controle do carro, que parou em um barranco, na localidade de Santa Rita, interior de Estrela. Os criminosos correram para matagais, um deles foi preso quando tentava fugir. Silva conseguiu se esconder. Ele entrou pelos fundos da empresa de carrocerias Altari.

Eram por volta das 17h45min. O homem surpreendeu Koelnn e outro funcionário. Queria um carro para fuga e dinheiro. Neste momento, houve um confronto com o ladrão e o empresário foi atingido no peito e o outro trabalhador na perna.

Ambos foram levados ao Hospital Estrela, mas o empresário não resistiu ao ferimento e morreu. O segundo ferido não corre risco de morte. O criminoso fugiu em um automóvel Polo, que foi abandonado na rua Arnoldo Uhry, no bairro Jardim do Cedro.

Volta ao presídio

Detentos do semiaberto que comprovam estarem empregados saem do presídio por volta das 6h e precisam retornar até as 19h. Luciano Moraes da Silva e Vinícius Viana de Oliveira, autores dos assaltos em Lajeado e Bom Retiro do Sul, estavam nessa situação.

No momento em que a dupla se separou, na BR-386, a polícia conseguiu prender Oliveira após perseguição. Depois de matar Koelln e abandonar o carro da vítima em Lajeado, Silva tentou retornar ao presídio como se nada tivesse acontecido.

Conforme o chefe de segurança da instituição, Eberson Cesar Bonet, a Brigada Militar havia comunicado os agentes penitenciários sobre os crimes. Informaram inclusive o nome dos autores. “A polícia nos disse que ele poderia estar machucado e estava. Quando ele chegou, o levamos para uma sala e começamos a fazer perguntas. Ele respondeu que havia caído da bicicleta.”

Em seguida, os agentes chamaram o policiamento. Silva foi escoltado até a Delegacia da Polícia Civil na cidade e preso em flagrante pelos crimes de assalto a mão armada e latrocínio.

Preocupação com a segurança

Amigos, familiares e funcionários da empresa de Koelln estavam incrédulos durante o velório ontem. Morador de Lajeado, o empresário residiu durante muitos anos na Alemanha. Homem culto, era considerado um exemplo. “Ele costumava criticar a insegurança no Brasil. Essa era uma das principais preocupações dele”, diz um amigo.

Funcionário de Koelln há sete anos, Diego Conceição da Silva relembra a festa de confraternização de fim de ano. Na ocasião, o empresário externou a preocupação sobre o aumento dos crimes. “Ele sempre pedia para a gente ficar atento. Cuidar qualquer movimentação estranha. Se precaver para evitar assaltos”, conta.

Koelln procurava não chamar atenção. Conduzia o mesmo carro, o Polo que foi roubado na quinta-feira, há mais de dez anos. Ele deixa esposa e três filhos. O empresário foi sepultado no fim da tarde de ontem no Cemitério Luterano do bairro Florestal, em Lajeado.

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