Encantado – Insatisfeitos com as alterações no estacionamento da área central, comerciantes entregaram nessa segunda-feira um abaixo-assinado ao Executivo. O documento reúne mais de 270 assinaturas. Diante da manifestações, município promete estudar o pedido.
Desde o dia 5 de janeiro, o estacionamento na Av. Padre Anchieta e parte da rua Júlio de Castilhos é paralelo, com exceção onde há recuos oblíquos entre as calçadas. Na reunião com o município, participaram 11 comerciantes. O grupo pediu a volta do modelo oblíquo, em pelo menos um dos lados da via. A farmacêutica, Fabíola Matias, diz que reclamações dos motoristas são frequentes diante da falta de vagas na avenida. “É mais difícil de estacionar no sentido paralelo. A mudança também reduziu o espaço.”
Da mesma forma, o barbeiro Jairo Pasetti ressalta a dificuldade de pessoas da cidade e de fora conseguirem vaga no centro. “Não achávamos que ia ficar tão ruim.” Cobra a necessidade do município dar mais atenção ao pedido dos lojistas, diante dos impostos pagos e do retorno à economia local.
Para verificar a opinião dos lojistas, a CDL realizou uma pesquisa durante a semana. “Mais de 90% dos entrevistados rejeitam a mudança”, diz o presidente da entidade, Marcelo Peretti. Por enquanto, a classe aguarda resposta municipal sobre a possibilidade de liberação de pelo menos um dos lados da via para o estacionamento oblíquo.
Município se posiciona
O prefeito Paulo Costi esclareceu ao grupo que a mudança foi feita devido a um estudo técnico realizado no ano passado. Este, segundo ele, teve auxílio de uma empresa terceirizada, na tentativa de buscar soluções para aumentar a segurança e trafegabilidade na área central. “Procuramos especialistas para analisarem mudanças que beneficiem toda comunidade”, argumenta.
Com o abaixo-assinado, o prefeito se comprometeu em discutir com demais integrantes do governo. Para ele, a abertura do diálogo é positiva, mas considera que isso poderia ter sido feito antes da decisão de alterar o modelo.
Conforme o secretário de Planejamento, Roberto Turatti, todas as alterações passam pela avaliação do Conselho Municipal de Trânsito (Comtran), na presença de representantes da CDL e Aci-e. “Não era possível continuarmos com o estacionamento fora do padrão de trânsito” defende.
Outras mudanças previstas
De acordo o presidente do Comtran, Márcio Arcari, as alterações no trânsito do Centro ocorrerão aos poucos. “As medidas também devem melhorar o fluxo na área central”, acredita.
Uma das possibilidades é no acesso à Av. Júlio de Castilhos, pela Travessa Ergile Sana. De acordo com o Departamento de Trânsito, a passagem no trecho passará a ocorrer pelo lado esquerdo da pista, na chamada mão inglesa, para evitar cruzamentos.
Está programada a restrição de horários de circulação de caminhões no centro e o reforço na sinalização dos cruzamentos. Há ainda previsão de implantação de sentido único em trechos a serem definidos. O custeio das obras deve ocorrer com os recursos anuais do Departamento e auxílio do Legislativo.
Aumento na frota
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam o aumento de 60% no número de veículos emplacados na cidade nos últimos nove anos. Até dezembro, a frota era de 15,6 mil.
Conforme Turatti, esse aumento considerável de veículos também é um fator que faz com que haja um maior tráfego no centro e uma maior procura pelo estacionamento. Ressalta que o estudo técnico é amplo e considera pontos como: o fluxo de veículos, vagas disponíveis, sentido das ruas, acessibilidade, sinalização, trevos e rotatórias.
Paradas de ônibus, pontos de táxi, praças, trechos de aglomeração em horário de pico e índices de acidentes também contribuem para a construção de um Plano de Mobilidade Urbana. A partir dos levantamentos, o município organiza o trânsito.