Energia elétrica pode encarecer 55,9%

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Energia elétrica pode encarecer 55,9%

Enquanto o consumo aumenta, a geração de eletricidade permanece estagnada

oktober-2024

Vale do Taquari – A falta de investimentos em geração de energia elétrica e na ampliação da linha de transmissão recaem ao consumidor. Após o aumento de 30% em 2014 e o início da cobrança da bandeira tarifária em janeiro, o fornecimento da AES Sul pode encarecer até 55,9% em 2015. A projeção é do analista da Paulo Steele, que atuou por cinco anos na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

04A fatura do empresário lajeadense Gilberto Reinoldo Gisch totalizou R$ 412 neste mês. Em março, pode passar a R$ 640 se for confirmado o pior: a persistência da seca no sudeste, de onde vem 70% da energia elétrica consumida pelos gaúchos.

O problema de abastecimento obriga distribuidoras a comprarem energia de termelétricas, quase oito vezes mais cara do que a de hidrelétricas. Em janeiro de 2013, quando o reajuste foi de 3,92%, Gisch pagou R$ 290.

Devido ao sistema dos país ser interligado, todas as empresas que fornecem energia repassarão os aumentos. Ainda não há previsão de quanto será o repasse da cooperativa Certel Energia.

Além da falta de água nas hidrelétricas, o aumento histórico da tarifa tem vários motivos. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou que diminuirá o auxílio financeiro às empresas. Em 2014, o governo federal socorreu as concessionárias com dinheiro do Tesouro Nacional e facilitação para a tomada de empréstimos com os bancos. A ajuda foi suficiente para equilibrar o caixa das companhias até outubro, mas faltaram cerca de R$ 2,5 bilhões para cobrir as despesas e a energia encareceu.

De acordo com especialistas, a redução no preço da luz em janeiro de 2013 foi precipitada. O anúncio da presidente Dilma Rousseff foi feito quando termelétricas estavam em pleno funcionamento. A energia mais barata incentivou o consumo em pleno período de seca.

A alta do dólar também influenciará no aumento dos preços. Devido a um acordo com o Paraguai, a produção de energia da usina Itaipu, dividida entre todas as concessionárias que atuam no país, é negociada com base no dólar.

Para reduzir o impacto ambiental de hidrelétricas, as novas usinas são construídas com reservatórios menores, o que não permite estocar muita água e acentua a dependência da chuva. Hoje, o nível mínimo permite geração de energia por cinco meses. Décadas atrás, era capaz de suprir a demanda por até cinco anos.

Atraso em licenças

Diante de constantes riscos de apagões e da ameaça ao crescimento econômico, a Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT) quer agilizar a liberação de licenças ambientais. O Vale do Taquari tem nove projetos de geração de energia elétrica em andamento com condições de produzir 260 MW, capazes de abastecer uma população de 350 mil pessoas.

Nessa segunda-feira, 12, o presidente da CIC, Ito Lanius, se reuniu com o secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker. Participaram do encontro o diretor da Certel, Júlio Salecker, e o vice-presidente da CIC Henrique Purper.

Lanius pediu apoio ao secretário para agilizar as licenças. Os projetos de energia hídrica representam investimentos de R$ 1,5 bilhão e significam nossa independência em energia, diz.

Esse tema será ampliado nas próximas semanas na região, durante encontro que deverá reunir líderes do Vale do Taquari.

A Certel projeta a geração de energias renováveis, com a implantação de mais três hidrelétricas. Uma delas, em Muçum, com capacidade para 79,5 MW, outra em Encantado (36,20 MW) e a terceira em Arroio do Meio (6Energia8,60 MW).

Além das hidrelétricas, a Certel avalia a possibilidade de implantar o primeiro parque eólico na região, no Morro da Harmonia, em Teutônia. A proposta contempla 12 aerogeradores com 50 metros de altura.

De acordo com estimativa da cooperativa, baseada em dados de consumo de seus associados, as instalações poderão gerar 16,1 MW de potência. Quantidade capaz de levar energia para 45 mil pessoas, equivalente a 63% da população de Lajeado.

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