Atraso na entrega prejudica moradores

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Atraso na entrega prejudica moradores

Correios admite dificuldade em manter serviço nas cidades do Vale do Taquari

Vale do Taquari – A correspondência do motorista Alexandre Luis Müller, 35, atrasa faz pelo menos quatro meses. Morador do bairro Carneiros, em Lajeado, Müller diz que não pode depender dos serviços dos Correios para pagar contas e receber encomendas.

03O motorista alega prejuízo em taxas e juros por ter recebido contas com o prazo de pagamento vencido. Segundo ele, os problemas no bairro se intensificaram no fim de 2014. “Depois do dia 12 de dezembro não tivemos mais carteiros passando pelo bairro.”

Conforme Müller, a última entrega ainda trouxe transtornos para os vizinhos das ruas Lindolfo Labres e Bento Rosa. As cartas foram colocadas em casas aleatórias, que não correspondiam aos endereços corretos, relata.

A vendedora Claudete Pereira, 36, está sem receber cartas faz pelo menos um mês. “Apenas as contas de água e luz, que não são enviadas pelos Correios, chegam em dia”, afirma.

Moradora da rua Arlindo Pavoni faz três anos, havia enfrentado problemas com entregas durante a greve dos Correios ocorrida no ano passado.

Para evitar incomodação, a artesã Adriana Sbardelotto, 48, moradora da rua Adolfo Luiz Sandri, não espera a chegada das contas para efetuar pagamentos. “Eu me organizo com as datas de vencimento para não atrasar.”

Segundo ela, as reclamações dos vizinhos quanto aos serviço dos Correios são constantes, por isso prefere se precaver. “As multas são cobradas de acordo com a data de vencimento e não com a chegada da conta, então é melhor se adiantar.”

A diretoria regional dos Correios do Rio Grande do Sul confirma problemas nas entregas. Segundo a empresa, a situação ocorre devido ao aumento da demanda no fim do ano e o afastamento de parte da equipe por motivos de saúde.

A empresa alega ter buscado medidas para contornar a situação. Entre elas estão: o cumprimento de horas-extras, realização de entregas aos sábados e o apoio de profissionais de outras unidades.

Segundo os Correios, a população não precisa retirar as correspondências atrasadas nos centros de distribuição. A orientação é que os moradores aguardem a normalização do serviços, prevista para ocorrer nos próximos dias.

Comunidade aguarda serviço

Arroio do Meio. Moradores de loteamentos recentes não recebem correspondências. A professora Karine Casaril, 34, mora faz três anos, no bairro Dona Rita, e já se acostumou com a situação. “Antes morava no São Caetano, que também não tem entregas.”

Conforme a professora, o serviço foi prometido para o bairro, mas dependeria da contratação de mais um carteiro na cidade. Cinco funcionários trabalham nos Correios de Arroio do Meio.

Morador do Santa Rita faz mais de dez anos, Marciano Alves Batista, 44, precisa da boa vontade de parentes para receber encomendas. “Geralmente dou o endereço do meu sogro porque aqui não recebo.” Ele questiona a realização de entregas em bairros mais distantes do centro, como o Novo Horizonte.

Conforme a empresa, para receber entregas, os novos loteamentos precisam ser reconhecidos pelo Executivo e ter mais de 500 habitantes registrados no censo do IBGE.

Dúvidas e reclamações podem ser esclarecidas pelos serviços de ouvidoria. O “Fale com os Correios” está disponível no site www.correios.com.br. A Central de Atendimento aos Clientes funciona de segunda a sábado, pelo telefone 0800-725-0100.

Faltam funcionários

Antes de implantar a entrega em uma nova região os Correios realizam estudo para avaliar o aumento do número de objetos a serem entregues pela unidade.

Segundo a empresa, isso garante que a área do serviço não seja expandida sem que haja empregados suficientes o trabalho. Nos últimos três anos foram contratados 1,8 mil carteiros no Estado, após concurso público em 2011.

No último levantamento técnico, realizado no ano passado, foi apontada necessidade de 362 novos funcionários nas unidades gaúchas. A direção regional aguarda liberação de orçamento e aprovação de nova seleção.

No Vale do Taquari, os municípios de Colinas, Doutor Ricardo, Fazenda Vilanova, Imigrante, Marques de Souza, Pouso Novo, Progresso, Relvado, Santa Clara do Sul, Sério, Travesseiro e Vespasiano Corrêa não tem carteiros.

Canudos do Vale, Capitão, Coqueiro Baixo, Forquetinha e Westfália as entregas ocorrem por meio de agências de comunitárias. Na modalidade, as administrações municipais cedem o prédio e os funcionários e recebem um ressarcimento mensal pelo serviço. Em Poço das Antas, um funcionário é responsável por entregas, expedição, triagem, organização e atendimento ao público.

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