Chuva deixa família ilhada por 2 horas

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Chuva deixa família ilhada por 2 horas

Bombeiros precisaram ser chamados. Em minutos, nível do rio subiu três metros

Forquetinha – Uma família ficou ilhada por duas horas nessa quinta-feira à tarde, até ser resgatada pelo Corpo de Bombeiros de Lajeado. Giancarlo Giovanella, 34, havia atravessado o Rio Forquetinha com os filhos Jean, 11, e Sabrina, 13, para pescar em uma ilhota, a 20 metros das margens do Camping Schedler.

03A água estava límpida e a correnteza quase imperceptível, relata o morador de Bento Gonçalves. “A garoa não assustava. Não tinha ideia do que poderia acontecer.” Em questão de meia hora, conta, o nível das águas subiu ao ponto de o retorno ao camping ficar inviável.

Choveu 73 milímetros em questão de uma hora na região de Baixo Canudos, na cabeceira do rio. A previsão para o mês era de 120 mm. A um quilômetro acima do leito do Rio, sobre uma pinguela, Lauri Muxfeldt, 63, registrou o avanço das águas. “Subiu três metros de uma hora para outra.”

Uma retroescavadeira de esteira de 30 toneladas foi o último recurso de moradores na tentativa de resgatar a família. A máquina trabalhava na retirada de cascalhos nas proximidades. No entanto, a profundidade do rio impediu o acesso. Sem sucesso, os proprietários do camping chamaram os bombeiros.

O resgate levou menos de meia hora para chegar ao local. “A dificuldade desse resgate foi imensa”, conta o sargento Joselito Krug. “Trabalhamos em equipe. Por sorte temos um bombeiro com dez anos de experiência com salva-vidas.”

O nome da operação é Salvamento com Tirolesa. O sargento Eloir Pasch atravessou o rio e prendeu um cabo de rapel a uma árvore, permitindo a passagem de cabos de reforço e coletes salva-vidas. A medida permitiu a instalação de uma tirolesa, atada do outro lado no caminhão dos bombeiros para realizar o resgate.

Evite locais isolados

Comandante do Corpo de Bombeiros de Lajeado, o tenente José Augusto Pohlmann, alerta: regiões isoladas, como pequenas ilhas, devem ser evitadas em períodos de chuva. Segundo ele, os rios do Vale do Taquari inundam muito mais rápido do que em outras regiões. “Enche em poucas horas.”

Para Pohlmann, as pessoas têm obrigação de conhecer essas características. A dica serve para regiões em que há possibilidade de as estradas serem inundadas. “Se não conhece a região, pergunta para alguém.”

Pode acontecer a qualquer hora”

O acúmulo de chuvas em uma região mais montanhosa favorece às inundações relâmpago, atesta a geóloga Vera Luise Ziech. Ocorre normalmente durante chuvas torrenciais de verão. Por o leito do rio ser mais estreito nas regiões altas, as águas se concentram e ganham velocidade, diz. “Assim que chega na planície, acaba inundando de forma rápida.” O fenômeno também pode causar deslizamentos pela erosão natural.

As inundações podem acontecer sem aviso prévio, mesmo se o local em que os banhistas se encontram tiver tempo bom. De acordo com Vera, o único aviso é um estrondo de água ou quebra de árvores. “O problema é que muitas vezes não há som algum ou não dá tempo para evacuar o local.”

A geóloga aconselha: antes de banhistas e pescadores frequentarem rios e cachoeiras, devem ser informar sobre características do local, se o fenômeno ocorreu no passado, e estarem atentos às previsões do tempo na região. “Pode acontecer a cada hora.”

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