Canil receberá investimento de R$ 135 mil

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Canil receberá investimento de R$ 135 mil

Local destinado aos animais será ampliado em mais 19 baias. Licitação foi aberta ontem

Lajeado – Inaugurado há quase sete anos, a estrutura do Centro de Controle de Zoonoses e Vetores (CCZV) passará por uma ampliação. Serão mais 19 baias a um custo próximo de R$ 135 mil.

02O espaço designado para receber animais domésticos abandonados sofre com problemas de superlotação desde o primeiro ano de funcionamento, em 2008. Poucas adoções em comparação com o número de mortes ainda preocupa equipe da Secretaria de Meio Ambiente.

O acanhado espaço para os animais faz com que muitos deles sequer sejam levados ao canil. Em entrevista ao jornal A Hora, ainda em 2014, a coordenadora do CCZV, Eléa Marie Wessel, apresentou dados preocupantes. Das 363 chamadas para recolhimento recebidas pela equipe entre janeiro e agosto do ano passado, apenas 189 foram encaminhados até o local para atendimento. Isso porque apresentavam situação de saúde pior em relação aos demais.

Mas os números que mais assustavam eram relacionados aos óbitos registrados dentro do canil. No mesmo período computado, dos 189 cachorros recolhidos, 94 morreram e 83 foram encaminhados para adoção. Ou seja, entre janeiro e agosto de 2014 a equipe recolheu pouco mais da metade dos animais abandonados verificados e entre aqueles que foram levados ao canil, quase 50% morreu no local.

Desde então a situação continua a mesma. Os eventos realizados para doação de animais não trouxeram os resultados. Num dos últimos deles, chamado de Adote um Amiguinho, realizado no fim de 2014, cerca de 30 pessoas compareceram até o canil, mas nenhuma levou animal para casa. Fatos semelhantes ocorreram também em anos anteriores. Há uma média de 70 cachorros no local adaptado para receber até 30.

Maus-tratos e cinomose

As principais causas de mortes dos animais são os maus-tratos sofridos nas ruas e doenças. A mais comum delas é a cinomose, que costuma causar perda de apetite, corrimento ocular e nasal, diarreia, vômito e sintomas nervosos (tiques nervosos, convulsões e paralisias), dificuldade de respirar e febre.

Conforme o estado imunológico do animal verificado com cinomose, pode morrer em poucos dias. A doença acomete cães menores e é altamente contagiosa. Não há cura e geralmente os animais que sobrevivem ficam com alguma sequela. Em 2012, por exemplo, de 157 cães recolhidos, 37 não resistiram aos sintomas da doença.

Histórico do local

O atual canil de Lajeado, batizado de Centro de Controle de Zoonoses e Vetores, foi construído em 2008 ao lado do aterro sanitário, no bairro São Bento. Foi inaugurado oficialmente no dia 6 de junho daquele ano e custou cerca de R$ 113 mil.

Além das 14 baias, tem um solário, uma sala para procedimentos cirúrgicos, uma sala de banho e um espaço isolado para animais em situações mais críticas de saúde.

Projetos aprovados em 2014

A administração municipal encaminhou, no ano passado, diversos de projetos pensando na proteção dos animais. C causa animal para apreciação da câmara de vereadores. Um deles prevê a chipagem gratuita de animais domésticos e também de maior porte do município. Ele foi aprovado por unanimidade entre os vereadores. O uso do chip – que possui o tamanho de um grão de arroz – sob a pele está autorizado para caninos, felinos, equinos, muares, entre outros.

No canil lajeadense inclusive já existe uma base de dados de animais chipados, chamada de Animalltag. Ela é utilizada quando há comunicados de desaparecimentos, perda ou roubo dos animais. Serão utilizados recursos da Secretaria do Meio Ambiente e do recém-criado Fundo Municipal de Proteção e Defesa dos Animais para a implantação do sistema de identificação eletrônica.

Outros projetos autorizaram a criação do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais, órgão que será responsável por gerenciar os recursos do fundo. Outra proposta aprovada pelo legislativo visa “instituir ações cujos objetivos são o bem-estar da vida, o controle das populações animais e a prevenção e o controle das zoonoses e vetores.”

O projeto atualizou a legislação vigente sobre controle e prevenção de zoonoses e vetores no município. Multas para maus-tratos e abandonos, maiores responsabilidades impostas aos tutores, castração, regularização da venda de animais e criação em áreas urbanas e rurais são alguns itens que constam no texto.

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