Atrasos causam insatisfação de passageiros

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Atrasos causam insatisfação de passageiros

Esperas por linhas intermunicipais superam 30 minutos na rodoviária de Lajeado

Vale do Taquari – Moradores cidades próximas que estudam ou trabalham em Lajeado sofrem com atrasos nos ônibus intermunicipais. Em algumas linhas, a demora chega a ultrapassar 30 minutos, atrapalhando compromissos e o descanso dos passageiros.

01Na rodoviária de Lajeado as reclamações são frequentes, principalmente nos coletivos com saída prevista entre as 18h e as 19h30min. As empresas Unesul, Expresso Azul e Planalto são as mais citadas pelos usuários.

A estudante Lais Bressiane, 21, critica a demora do ônibus com destino a Anta Gorda. “Atrasa em média meia hora, principalmente perto dos fins de semana”, relata.

Esperando o mesmo coletivo, a publicitária Angélica Dall’Agnol, 23, diz que os atrasos inviabilizam qualquer planejamento. “É um problema, ainda mais em ônibus com trajetos longos, em viagens com mais de duas horas de duração.”

Um funcionário público morador de Roca Sales relata já ter esperado mais de uma hora pela chagada do coletivo que usa todos os dias. Ele diz que o ônibus atrasa no mínimo 20 minutos. “É um descaso com o cliente.”

O funcionário público diz que desistiu de fazer cursos de formação à noite em função da incerteza quanto aos horários do transporte. “Também não marco compromissos porque sei que não posso cumprir”, reforça.

Funcionários da rodoviária confirmam os atrasos. A maioria dos problemas ocorrem com os carros em trânsito vindos de Porto Alegre, Caxias do Sul e Erechim. Alguns costumam demorar 30 a 40 minutos a mais do que o previsto, dependendo do fluxo nas estradas.

Gerente da empresa Expresso Azul, Nestor Reckziegel discorda das reclamações. Segundo ele, acontecem atrasos esporádicos quando ocorrem situações pontuais, como acidentes ou quedas de barreiras nas estradas.

Conforme Reckziegel, os motoristas são orientados a sair pontualmente das cidades de origem e manter velocidade adequada. “Mesmo se houver demora por algum motivo, nossa prioridade é com a segurança dos passageiros.”

Em nota, a Unesul informou que os horário determinados para as linhas constam no site da empresa como “horário previsto”. Eles estariam programados desta forma para que os clientes não percam os ônibus nas paradas e o horário de chegada em cada localidade dependeria das condições do trânsito.

Direitos dos passageiros

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) determina as regras do serviço no País. Segundo a instituição, em caso de atrasos de por mais de uma hora, a empresa de ônibus é obrigada a disponibilizar outro veículo ou embarcar o passageiro em ônibus de outra empresa com itinerário semelhante.

Caso ocorram falhas mecânicas que impossibilitem o prosseguimento ou início da viagem por mais de três horas e não houver substituição possível, a transportadora deve pagar alimentação e hospedagem para os passageiros.

Se ocorrer quebra em um ônibus convencional e a substituição for por um executivo ou leito, não é permitida cobrança de taxa adicional. Porém se o passageiro pagar por um serviço e por algum problema for embarcado num ônibus de qualidade inferior, a empresa deve pagar a diferença.

As empresas são obrigadas a manter sistemas que informem aos motoristas as condições de tempo e tráfego, além de ocorrências na estrada. O repasse das informações aos passageiros é obrigatório. As transportadoras também precisam disponibilizar informações sobre os direitos dos usuários nos guichês, rodoviárias, passagens e veículos. Os avisos precisam estar em local de destaque e com letra legível.

Clientes que se sentirem lesados ou constatarem irregularidades devem entrar em contato com a Agergs, pelo telefone 0800-979-0066.

Atualização necessária

Atuando a 32 anos como fiscal, o funcionário de uma empresa de transportes acredita que é preciso modificar a grade de horários estabelecida. “O tempo previsto para as viagens é o mesmo de 20 anos atrás”, constata.

Para o fiscal, os atrasos aumentaram nos últimos anos, em função do aumento do fluxo nas rodovias e a piora na malha viária. “O governo fiscaliza as empresas e os motoristas, mas não deixa o asfalto em condições de rodagem.”

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