Vale do Taquari – O uso de fogos de artifício é uma tradição nas festas de fim de ano. Porém acender os artefatos exige atenção e cuidados para evitar acidentes.
Comandante do Corpo de Bombeiros (CB) de Lajeado, tenente José Augusto Pohlmann, alerta para os problemas do uso inadequado. “Todos os anos temos pessoas que sofrem lesões por causa dos fogos”, lembra.
No Réveillon do ano passado, três pessoas foram atendidas no Pronto-Socorro do Hospital Bruno Born com queimaduras causadas por rojões e foguetes.
Conforme os bombeiros, a única forma segura de acionar os dispositivos é por meio de controle remoto. Caso não seja possível, a recomendação é utilizar alguma estrutura extensora, que afaste o explosivo a uma distância mínima de dois metros.
“Os foguetes estão sujeitos a falhas e segurá-los na mão aumenta o risco de lesões se a explosão for para o lado ou para baixo”, relata o comandante.
As lesões mais graves ocorrem quando os artefatos não disparam no tempo esperado. “As pessoas costumam pegar o foguete que falhou e olhar dentro dele. Se o disparo acontecer, os danos são graves”, salienta.
Nestes casos, a orientação é colocar o produto dentro de um recipiente com água imediatamente após a falha.
Em caso de acidente, a orientação é acionar os bombeiros, pelo 193, ou o Samu, pelo 192.
Critérios na compra
Há diversos tipos de fogos de artifício, com valores que variam de R$ 1 a mais de R$ 2,5 mil. Os efeitos vão desde apenas barulho até a projeção de figuras geométricas coloridas.
Na hora de comprar, o consumidor precisa considerar o espaço em que o artefato será utilizado. “Utilizar uma bateria com vários tiros ou um explosivo potente em uma área pequena aumenta o perigo”, ressalta Pohlmann.
Para ele, é fundamental que a compra seja realizada em lojas autorizadas, que garantem a procedência dos equipamentos e são inspecionadas por instituições como o CB, a Polícia Civil e o Exército.
“O comércio ilegal representa risco para todos os envolvidos, uma vez que são comuns explosões e incêndios em depósitos clandestinos”, alerta. Segundo o comandante, mesmo produtos legalizados apresentam falhas, e os que não passam por fiscalização são ainda mais perigosos.
Morador de Marques de Souza, o agricultor e comerciante João Carlos Lucas dos Santos, 53, não abre mão do hábito de soltar fogos no Ano-Novo. “Faz parte da tradição da festa.”
Faz seis anos, ele compra os produtos na mesma loja. “Escolhi por ser um comércio autorizado, com produtos de qualidade”, afirma.
Para ele, é fundamental verificar se os proprietários e vendedores se preocupam com a segurança dos clientes na hora de decidir onde comprar os produtos.
Vendas crescem na véspera
Proprietário de uma empresa que comercializa fogos de artifício em Lajeado, Jaime Sulzbach diz que a maior parte das vendas ocorre no dia 31.
Segundo ele, a preferência dos consumidores neste ano é por fogos coloridos. “Os que fazem apenas barulho e luz branca perderam espaço no mercado.”
Entre os mais vendidos, estão os produtos chineses, que apresentam qualidade superior aos de fabricação nacional a preços semelhantes.
Conforme Sulzbach, a segurança dos dispositivos aumentou ao longo dos anos. Mesmo assim, repassa orientações aos clientes quanto ao uso dos artefatos.
O empresário ressalta que pessoas alcoolizadas não devem utilizar os artefatos. “É como dirigir, pois a maioria dos acidentes acontece por imprudência”, diz.
Outra recomendação que se evite a utilzação de fogos próximo a residências, veículos e redes elétricas. A venda de foguetes e rojões é proibida para menores de 18 anos.
Precauções
1) Não solte foguetes sob efeito de bebidas alcoólicas.
2) Compre fogos de artifícios somente em estabelecimentos credenciados pela Divisão de Armas, Munições e Material Explosivo (Dame) da Polícia Civil.
3) A venda e o uso são proibidos para menores de 18 anos. Crianças e adolescentes devem ser supervisionados por um adulto até mesmo para usar os chamados “estalinhos”.
4) Leia atentamente as instruções da embalagem antes de utilizar o produto. Nunca tente reacender o artefato caso ele não tenha estourado. Coloque-o rapidamente dentro d’água.
5) Não solte rojão segurando diretamente o artefato. Utilize preferencialmente uma base fornecida pelos fabricantes ou um tubo de PVC com distância mínima de dois metros.
6) Os fogos não devem ser utilizados próximos de pessoas, casas, comércio, automóveis ou fios de eletricidade.
7) Nunca transporte os artefatos nos bolsos.
8) Ao guardar fogos de artifício em casa, deixe-os em um local seco e longe de fogões, isqueiros e do acesso a fumantes.
