Rumo ao litoral

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Rumo ao litoral

Feriados antecipam a chegada de veranistas nas principais praias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Preferências se dividem entre a infraestrutura das orlas gaúchas e a rusticidade dos paraísos litorâneos no estado catarinense. O período é de férias para alguns e de trabalho temporário para outros. Linhas de ônibus facilitam a viagem e ainda há imóveis para alugar.

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O barulho da corneta é inconfundível. Valdir de Paula trabalha faz mais de dez anos entre as praias de Rainha do Mar e Capão da Canoa, no Litoral Norte gaúcho. Com uma bicicleta e um caixote de madeira refrigerado, ele vende picolés durante a temporada de férias, deixando o emprego fixo de mecânico para os dez meses restantes. Na quinta-feira, mesmo com pouco movimento na orla de Xangri-lá, ele anunciava o início do verão com o som do pequeno instrumento.

Durante a semana, os veranistas dividiram a areia com o famoso “nordestão”. O forte vento costuma esvaziar praias, mesmo em dias de sol. Só na sexta-feira a ventania deu uma trégua e a orla lotou. A bandeira amarela erguida pelos salva-vidas fez com que centenas de banhistas aproveitassem a água do mar. Luana Carvalho e Deise Quintana, ambas de Canoas, não entraram no mar. Optaram por só cuidar do bronzeado. “Estamos aqui desde o primeiro raio de sol. Só sairemos à noite.”

01A orla cheia costuma atrair diversos comerciantes. Além, claro, dos tradicionais quiosques à beira-mar. Valdemar Siqueira, 54 anos, veio de Chapada do Norte, em Minas Gerais, para vender roupas e cangas. Na cidade natal, trabalha como motorista de ônibus escolar durante o ano letivo. Pretende voltar para casa no fim de fevereiro com pouco mais de R$ 7 mil no bolso. “Vale a pena e é um trabalho prazeroso. Cada peça aqui custa entre R$ 35 e R$ 65, dá para tirar um bom troco.”

Nos quiosques não faltam boas opções de comida e bebida. Embora o preço esteja cada vez mais “salgado”. Em Xangri-lá e Capão da Canoa, por exemplo, um copo de 500 ml de caipirinha de limão, abacaxi e hortelã pode custar até R$ 20. Por R$ 24, é possível comprar uma porção de violinha. A água de coco é a campeã de venda. Custa cerca de R$ 7 e os caminhões costumam reabastecer os quiosques durante todo o dia.

Paraísos em Santa Catarina

Alongar um pouco a viagem pela BR-101 é uma das melhores pedidas para o verão. Milhares de gaúchos enfrentam os já conhecidos engarrafamentos de Laguna com a certeza de alcançarem o “paraíso” no estado vizinho de Santa Catarina. E não faltam boas opções. Desde o Farol Santa Marta, a poucos quilômetros da divisa com o Rio Grande do Sul, até a badalada Camboriú, 80 quilômetros depois de Florianópolis.

No meio disso há inúmeras prainhas para uma tranquila temporada de férias. Ibiraquera, Imbituba, Rosa, Ferrugem, Garopaba, Siriú, Gamboa, Guarda do Embaú, Pinheira, Praia do Sol. Tudo isto antes mesmo de chegar até Florianópolis, a “Ilha da Magia”. Lá, mais uma “porção” de pequenas enseadas atraem milhares de turistas todos os anos. Joaquina, Mole, Moçambique e Lagoinha do Leste são boas pedidas. Acima da ilha, a calmaria de Bombinhas.

Há diversos horários de ônibus para estes destinos. A empresa Viação União Santa Cruz tem dois preços para um mesmo coletivo. Na parte inferior do carro, com assentos mais amplos, o passageiro paga R$ 116,02 até Florianópolis. Na parte superior, onde há menos conforto, o preço cai para R$ 85,37. Esse coletivo é diário e sai de Lajeado às 19h

Ônibus para Litoral Norte

Desde o dia 19, a rodoviária de Lajeado vende as passagens das novas linhas de ônibus com destino ao Litoral Norte gaúcho. O veranista tem à disposição quatro opções. Todos os dias, às 7h, parte o chamado “pinga-pinga” da Expresso Azul. Ele começa a desembarcar passageiros em Tramandaí, passando por diversos pequenos balneários até chegar a Capão da Canoa.

A Empresa Bento disponibiliza ônibus com os mesmos itinerários sempre nas segundas e quintas-feiras, com saída às 8h Há também opção da Viasul, que realiza, só nas sextas-feiras, viagens até Cidreira, Magistério e Quintão. O coletivo sai às 17h30min A Expresso Azul disponibiliza ainda ônibus até Torres, de segunda a sábado, a partir das 7h30min

Oferta aumenta depois do Réveillon

Quem deixou para alugar um imóvel na última hora pode ter alguma dificuldade neste fim de ano. Conforme a consultora Adriane Ribeiro Fernandes, que trabalha numa sucursal em Xangri-lá, novas ofertas devem surgir a partir do dia 5 de janeiro, quando algumas famílias devem voltar após o feriado de Ano-Novo. Segundo ela, há mais de dez mil imóveis disponíveis para veranistas no Litoral Norte.

Os valores costumam variar de acordo com a praia e a proximidade com o mar. Assim como em anos anteriores, as diárias podem variar de R$ 100 a até R$ 2 mil. Apartamentos de um dormitório em Tramandaí, Imbé, Capão da Canoa e Torres costumam ser os mais baratos. Casas distantes da orla também custam menos, chegando a até R$ 400 por dia. Na beira-mar, o valor sobe para até R$ 1,5 mil a diária. O metro quadrado mais caro do litoral norte gaúcho segue em Atlântida.

Saiba mais

• Na Freeway (BR-290), o motorista encontra dois postos de pedágio no trajeto entre Porto Alegre e o início da BR-101. Os preços são de R$ 5,10 e R$ 10,30. No sentido capital-litoral, o condutor paga os dois. No trecho contrário, apenas o de menor valor;

• Há apenas um posto de combustível no trajeto da Freeway entre Porto Alegre e a Estrada do Mar (RS-389). Ele fica um pouco antes do primeiro pedágio;

• O limite máximo de velocidade na Freeway é de 110 km/h. Na BR-101, tanto no trecho gaúcho como no catarinense, o limite é o mesmo;

• Além do tradicional caminho pela Freeway, veranistas podem chegar ao litoral pela Rota do Sol, pelas RS-453 e RS-486;

A partir de 1º de janeiro, a Operação Golfinho disponibiliza salva-vidas em 330 guaritas: 230 no Litoral Norte e 30 no Litoral Sul.

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