Lajeado – Construído pelos imigrantes às margens do Rio Taquari, em meados do século XIX, o chamado centro antigo passará por readequações a partir do mês que vem. A administração municipal planeja o capeamento asfáltico de três ruas de acesso e a construção de um belvedere nas proximidades da fábrica de vinagres Prinz.
De acordo com o secretário de Governo, Auri Heisser, recurso de R$ 500 mil do Ministério do Turismo possibilita pavimentar trechos remanescentes de paralelepípedo da Benjamin Constant, Júlio de Castilhos e Bento Gonçalves, desde as proximidades com a rua Marechal Deodoro até ciclovia.
Como contrapartida, o município estima a necessidade de R$ 120 mil. “Recebemos essa verba para investir em atividade turística. Analisamos várias coisas, mas pensamos ser útil para futuramente explorar a orla do Rio Taquari.”
Para Heisser, tais vias não oferecem nenhum chamativo ao centro antigo. É preciso um ambiente que oriente as pessoas. “O capeamento asfáltico será feito com sinalização especial e identificação de ponto turístico. Queremos mostrar para a sociedade, oferecer a ela um direcionamento até a orla.”
O dinheiro está empenhado e os projetos técnicos estão quase prontos, garante o secretário. A expectativa do governo é licitar a obra nos primeiros dois meses do próximo ano.
Outros R$ 250 mil estão reservados para a construção do belvedere. O dinheiro é proveniente de um Termo de Compromisso Ambiental (TCA), no qual uma empresa fez a compensação financeira para poder desenvolver um projeto na área. Tal recurso possibilita iniciar a obra sem que haja licitação, pois é privado, aponta Heisser. “O projeto está pronto. Começaremos nas primeiras semanas de 2015.”
Univates sugere adequações
Os projetos desenvolvidos pelo município estão embasados em proposta arquitetônica apresentada pela Univates em agosto. De acordo com o secretário Heisser, os estudos da instituição serão aproveitados de forma gradativa. “Não temos como executar tudo de uma vez. É algo para se fazer em etapas, para depois se avançar para projetos de envergadura maior.”
As análises iniciaram em novembro do ano passado, a partir de um convênio assinado entre o município e o Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Univates (Emau). Foram quase nove meses até a conclusão da proposta. A orla do Rio Taquari foi projetada de maneira a revitalizar o espaço e preservar as construções existentes, mantendo a área verde no entorno do Arroio do Engenho e construir um parque linear na na junção da Leopoldo Heineck com a Osvaldo Aranha.
Gestores públicos discutem, pelo menos desde 2008, possíveis melhorias no centro antigo. Neste meio tempo, pelo menos cinco estudos foram elaborados, como o feito em 2013 para a construção de um complexo esportivo, abertura do canal do Arroio Engenho, estacionamento público e ligação da avenida Décio Martins Costa.
Área de preservação
A legislação ambiental restringe obras a menos de cem metros do Rio Taquari, espaço considerado como Área de Prevenção Permanente (APP). De acordo com o promotor, Sérgio Diefenbach, há duas questões distintas. A norma permite intervenções realizadas a bem do poder público, inclusive em áreas de preservação permanente.
Sobre obras particulares, está em debate um acordo entre o Ministério Público (MP) e o governo de Lajeado. Como argumento, ambos se baseiam no fato de construções estarem consolidadas no perímetro. Tal medida está em análise há meses.
O município elabora estudo jurídico para a utilização dessa área. “Intensificarei os contatos com o Executivo nas primeiras semanas de 2015 para liberar algumas intervenções”, aponta o promotor.
