Lajeado – A alteração no Código de Edificações define novas regras para construção de moradias geminadas foi promulgada pelo prefeito Luís Fernando Schmidt. De acordo com o texto, projetos de sobrados residenciais devem ter largura mínima de quatro metros para serem aprovados pelo município.
O projeto foi aprovado pelos vereadores no início do mês. De acordo com a secretária de Planejamento, Marta Peixoto, a medida é necessária devido ao grande número de empreendimentos do tipo com tamanho inferior. “Existem sobrados com menos de 3 metros de largura, o que não garante conforto ao comprador e ainda causa dificuldade de estacionamento nas ruas.”
Para a secretária, a nova lei garante segurança para famílias que adquirem moradias ainda na planta. A modalidade apresenta valores geralmente menores em relação às edificações prontas. A desvantagem é que o comprador não tem como perceber a exata dimensão do imóvel. “Quando o projeto é apresentado, as pessoas veem a projeção do espaço em números, e geralmente não avaliam o tamanho que eles representam”, ressalta.
Outra exigência do texto são os espaços mínimos para garagem e circulação de pessoas. Pela lei, cada residência deve ter, pelo menos, 2,4 metros da área frontal reservados para veículos, e 1,6 para circulação.
Segundo Marta, a expectativa é garantir também espaço para estacionamento de carros em frente aos sobrados. “Hoje temos ruas em que é impossível estacionar, porque as garagens ficam muito próximas umas das outras.”
Para a secretária, padronização trará mais qualidade aos empreendimentos da cidade. É a primeira vez que uma legislação determina regras deste tipo de construção.
Projetos mais caros
Sócio de uma construtora e corretora de imóveis, Antônio José Kaufmann, acredita que as novas medidas são desnecessárias e encarecerão os projetos imobiliários. “Em alguns geminados que fizemos com as medidas previstas na nova lei, o tamanho ficou maior do que o necessário”, diz.
Segundo ele, por mais que pareçam pequenas, as habitações com 3 metros de largura podem trazer conforto se bem elaboradas. “Já vi imóveis com essa metragem que têm até três quartos, grandes. Se a planta for bem feita, a largura não faz tanta diferença.”
Conforme Kaufmann, a maioria dos empreendimentos realizada por sua empresa tem entre 3,5 e 3,7 metros de largura, o que assegura conforto para os moradores. “A mudança acarretará mais custo porque teremos um menor aproveitamento dos terrenos”, diz. A diferença deve ser repassada aos compradores.
Para Marta Peixoto, é natural que a regra desagrade os construtores. “Antes eles compravam um terreno com 12 metros de frente e faziam quatro casas. Agora serão apenas três”, exemplifica. Mesmo assim, ela acredita que há alternativas para evitar o aumento nos custos. Entre elas, cita a possibilidade de reduzir o comprimento dos imóveis.