Transição frustra plano de nova ponte

Você

Transição frustra plano de nova ponte

Municípios temem pelo corte no envio dos recursos por parte do governo federal

Vale do Taquari – O período de mudanças nos governos federal e estadual impacta em projetos desenvolvidos no Vale do Taquari. Entre eles ,está o da construção de uma nova ponte sobre o Arroio Sampaio, na divisa entre Mato Leitão e Santa Clara do Sul. A antiga passagem foi destruída por uma enxurrada durante o inverno.

01A apreensão dos municípios aumentou após viagem da prefeita de Mato Leitão, Carmen Goerck, a Brasília, na semana passada. O Ministério da Integração Nacional (MIN) não tem posição sobre o investimento e alegou dificuldades financeiras em atender a todos os pedidos. “Deu a entender que a prioridade são as rodovias e, como os recursos estão limitados, ficaremos em segundo plano.”

Diante da falta de garantias, Carmen planeja recorrer ao Estado, que estaria assumindo o compromisso de auxiliar os municípios prejudicados por desastres naturais. “Mas o governo gaúcho também está em transição e as pessoas estão preocupadas em fazer relatórios. Estamos muito pessimistas.”

Uma das alternativas para conseguir dinheiro é a busca por emendas parlamentares, assunto já tratado com a bancada gaúcha. A gestora descarta a possibilidade de o município bancar a obra. “Perdemos a capacidade de investimento.”

Segundo Carmen, os municípios montarão um plano para pressionar os governos. Contudo, destaca ser necessário esperar. O prefeito de Santa Clara do Sul, Fabiano Immich, avalia que apenas a partir de fevereiro será possível obter uma posição em Brasília, quando as composições estiverem ajustadas. “Faremos uma força política para conseguir. Mas se até março ou abril não tiver algo de concreto, daremos um jeito de fazer por conta própria.”

O projeto técnico da nova estrutura foi entregue ao governo em setembro, prevendo a necessidade de R$ 300 mil. A ponte deverá ter nove metros de largura, sendo 6,3 metros destinados ao tráfego de veículos e o restante para calçada.

Saiba mais

A enxurrada destruiu a estrutura no dia 28 de junho. Nos dias seguintes, ambos municípios decretaram situação de emergência, condição que permite o repasse de recursos mesmo em período eleitoral. Mas, no fim de agosto, o ministério rejeitou a solicitação de Santa Clara do Sul pela falta de critérios para o enquadramento.

A ponte era um dos principais símbolos da história comunitária. Foi erguida no início do século passado pelos primeiros imigrantes residentes no Vale do Sampaio. Feita de madeira, a parte superior ruiu e, em 1985, foi substituída por concreto. Na reforma, gestores mantiveram o pilar central – feito de blocos de rocha com argila – no intuito de preservar os traços.

Mas ao longo dos anos o pilar começou a desmanchar. Em 2011, ao perceber a precariedade da estrutura, os governos limitaram a passagem de veículos para, no máximo, dez toneladas com a instalação de placas, o que foi ignorado por parte dos motoristas. As faltas de fiscalização e de respeito às normas culminaram para a queda da passagem.

Acompanhe
nossas
redes sociais