Acordo garante continuidade da coligação

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Acordo garante continuidade da coligação

PT e PMDB formulam documento instituindo conselho político para as decisões

Lajeado – Os dois principais partidos do governo de Lajeado, PT e PMDB, firmam acordo para manter a coligação. O desgaste na relação, muito ligado à postura crítica dos dois parlamentares peemedebistas, Carlos Ranzi e Djalmo da Rosa, motivou uma série de reuniões entres as executivas e líderes das siglas.

04No fim de novembro, em encontro no gabinete do líder do Legislativo, o presidente do PMDB, Celso Cervi, entregou uma lista de reivindicações ao mandatário do Partido dos Trabalhadores na cidade, Ricardo Ewald.

Entre os pedidos, estava a criação de um conselho político, maior participação do PMDB nas decisões do governo, mais diálogo entre Executivo e base da câmara, além da indicação para que Ranzi seja o presidente do parlamento em 2015.

A partir disto, os dois partidos elaboraram um novo texto. Conforme o presidente do PMDB, a elaboração do texto mostra que o PT está aberto ao diálogo. Ontem à tarde, o diretório local do PMDB analisou a proposta. O secretário de Agricultura e secretário executivo do PMDB, Ricardo Giovanella, teve a incumbência de buscar as assinaturas dos vereadores integrantes da base e dos demais integrantes da coligação.

De acordo com o diretório da sigla, em nenhum momento houve tensionamento na relação com o PT devido ao pedido de mais cargos ou secretarias. “O partido quer ter uma voz mais ativa na tomada das decisões”, afirma Giovanella.

Hoje, o PMDB responde por três secretarias, com Adi Cerutti (Obras), Nelson Noll (Administração) além da Secretaria de Agricultura. O secretário Noll já anunciou afastamento do cargo para os próximos dias, com isto, também previsto no acordo, o diretório peemedebista deve indicar um substituto.

Ranzi na presidência

Os demais nomes da mesa diretora seguem indefinidos. Mas o PMDB indica Ranzi para a presidência. A mudança no modelo acordado, intercalando PT e PMDB nos quatro anos de mandato, desagradou Ildo Salvi, um dos possíveis nomes do Partido dos Trabalhadores para comandar o parlamento. “O governo não é um soldado sozinho. Não concordo de jeito nenhum, mas, se for necessário, o que vou fazer?”

Segundo o vereador, o PT cumpriu todos os acordos firmados. “Mas, mesmo assim, se necessário for, se for para buscar a governabilidade, para melhorar o serviço público, eu aceito. Acato, mas não concordo”, frisa.

Esta posição dos petistas, na opinião do vice-prefeito Vilson Jacques, é uma prova de que o partido deseja manter o entendimento com o PMDB. “É um gesto político interessante. Eles estão estendendo a mão. Uma prova de boa vontade do partido, entendendo que a coligação é fundamental para a governança.”

Apesar da indicação dos integrantes do PT em abrir mão da presidência do Legislativo em 2015, o vereador Ranzi mantém uma postura receosa. “Aprendi com o meu pai. Eu preciso ver para crer.”

Reuniões da base com o governo

Para estreitar relações, uma parte do acordo prevê reuniões frequentes entre a base aliada na câmara com o prefeito Luís Fernando Schimdt e o vice Vilson Jacques. Na opinião de Ranzi, essa iniciativa é positiva. “Muito da postura crítica da bancada do PMDB na câmara foi ocasionada pela falta de diálogo com o governo.”

Avaliação semelhante a do vice-prefeito. “O fato é que temos de conversar. Dentro do Executivo temos uma ótima relação. Agora precisamos aproximar a base aliada do Legislativo.” Para Jacques, essa conversação entre vereadores e Executivo pode evitar críticas feitas no parlamento. “Teremos um espaço para essa discussão. Para que seja interna e resolvida entre os nossos aliados.”

O vice-prefeito desmente qualquer possibilidade de rompimento da coligação. “Esse assunto nunca chegou ao fórum competente, ao nosso diretório. O descontentamento partia dos vereadores.” Com o novo acordo, essa questão fica encerrada, afirma Jacques.

Conselho político

Para dar força às decisões do Executivo, os partidos da coligação formarão um Conselho de Governo. Esta comissão seria formada por um vereador de cada partido da base aliada, um secretário de cada partido, além do prefeito e do vice.

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