Indefinição de tarifas confunde usuários

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Indefinição de tarifas confunde usuários

Município pretende rever tabela de valores antes da implantação dos taxímetros

Encantado – A lei que obriga a instalação de taxímetros ainda não está em vigor. Aprovado em fevereiro, o texto instituía a colocação dos equipamentos nos táxis até agosto. Sem a padronização, usuários têm dúvidas quanto aos valores das corridas.

01A nova tabela, aprovada há dois meses pelo Legislativo, também é questionada (ver em quadro). O vereador Sander Bertozzi sugere uma audiência pública para rever valores, o município aguarda aprovação de projeto pendente na câmara para repassar novo prazo de adequações aos taxistas.

Diante da indecisão quanto aos preços e da demora na padronização das cobranças, usuários reclamam. A bibliotecária Verenice Garcia, 38, utiliza os serviços de táxi pelo menos três vezes por semana para voltar do trabalho. A distância média de oito quilômetros, entre o centro e a casa no bairro Vale dos Pinheiros, custa R$ 15.

A partir dos novos valores propostos, relata o aumento nos gastos. “Terei que pagar pelo menos R$ 5 a 11 a mais pelo mesmo serviço”, calcula. Por este motivo, se mostra contrária à nova tabela.

Por outro lado, para clientes como Diane Queiroz Rajsl, 48, a mudança é favorável. Afastada por licença médica, usa o serviço de taxi três vezes por semana. Com hidrocefalia, tem perda parcial dos movimentos das pernas e, por isto, precisa de táxi para se deslocar até a área central ou postos de saúde. Distante três quadras do centro, no bairro Vila Moça, paga em média R$ 7,5 por corrida. “No fim do mês se torna caro.”

Outras pessoas ainda defendem a padronização, independente de valor. A vendedora Mônica Amaral reclama da variação de valores. “Cobram o que querem.” Vê a padronização como alternativa, evitando concorrência entre taxistas e a reclamação dos usuários.

Vereador pede revisão das tarifas

Na sessão da semana passada, o vereador, Sander Bertozzi, cobrou a revisão da tabela de valores. Diante das reclamações de clientes e taxistas, pede a realização de uma audiência pública para debater as tarifas.

“O que me surpreende é que os próprios taxistas acham os valores altos”, diz. Contesta os critérios adotados para a escolha das tarifas. Sugere uma readequação à realidade local, a partir da conversa com o classe e usuários frequentes.

Divergência entre taxistas

Na cidade há 43 táxis. Destes, 40 estão na área urbana, seguindo a lei de um veículo para cada 500 habitantes. A classe se mostra indecisa quanto à adoção de novos valores.

No ramo faz cinco anos, Gilberto Schuck aprova a redução das tarifas. Sugere R$ 4 a bandeirada e R$ 2,3 ao quilômetro rodado, reduzindo o custo aos bairros mais distantes. “Mas isso só vai se resolver quando tiver taxímetro.”

Outros taxistas, como Carlos Eduardo Casper, se dizem contrários à redução. “Tudo tem reajuste. A gasolina aumentou e a condição das estradas não melhorou”, diz. Reforça a necessidade de padronização e posterior fiscalização das cobranças.

Município espera aprovação de lei

Coordenador do Departamento de Trânsito, Getúlio Leonel dos Santos Nunes, reconhece a demora na aplicação da lei. Segundo ele, a ausência de cobrança por hora parada no projeto resultou em apontamentos pelo Inmetro. Um decreto para incluir o preço aguarda aprovação do Legislativo desde novembro.

“Não podemos cobrar a implantação do taxímetro enquanto a lei não estiver toda aprovada”, enfatiza. Mesmo depois do aval dos vereadores, adianta a necessidade de estabelecer um novo prazo para a implantação dos aparelhos.

Antes disso, diante do pedido de Bertozzi, prevê uma nova reunião com os taxistas. Cobra mais organização da classe, na tentativa de chegar a um consenso. Pede também que as reclamações ou sugestões sejam feitas de forma direta no departamento.

Valores previstos*

Bandeirada inicial: R$ 4,50

Bandeira 1: R$ 2,7 por quilômetro rodado

Bandeira 2: R$ 3,5 por quilômetro rodado (aos domingos, feriados e das 22h às 6h)

será cobrado 30% de acréscimo aos valores normais do trajeto percorrido

Aguarda aprovação: R$ 15 por hora parada

*Lei 3.996/2014 aprovada há dois meses. Sem aplicação devido à ausência de taxímetro

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