Mapeamento aponta áreas vulneráveis

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Mapeamento aponta áreas vulneráveis

Estudo da Ufrgs baliza ações de prevenção a inundações e deslizamentos

Estrela – A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) apresentou ontem os resultados do mapeamento de áreas de risco do município. O estudo faz parte da estratégia nacional de gerenciamento de desastres, e serve como base das ações de prevenção de Defesa Civil.

01Estrela é um dos 821 municípios brasileiros eleitos pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) como prioritários no mapeamento de desastres. Segundo o estudo apresentado ontem, as áreas mais vulneráveis da cidade são os bairros Oriental e Loteamento Marmitt. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Jorge Both, a localização do Oriental, em área baixa, torna o bairro propenso a inundações.

No Loteamento Marmitt, cerca de 1,5 mil pessoas ficam ilhadas quando o rio sobe dez metros.

Outro local com problemas é a rua dos Marinheiros, onde casas estão construídas na margem do rio Taquari. “A meta antecipar em até 30 horas o perigo de inundações”, ressalta Both.

Para o coordenador, as análises servem como uma base técnica para que o município possa buscar recursos junto ao governo federal ou a Defesa Civil nacional. “Dá amparo legal para realocar famílias e buscar recursos para obras de prevenção.”

De acordo com a coordenadora do projeto, Alexandra Passuelo, o município está bem estruturado para enfrentar situações adversas, devido ao interesse da sociedade e dos agentes municipais em encontrar soluções que previnam os desastres.

Segundo ela, das oito cidades que integram o estudo, Estrela teve a maior participação de representantes das comunidades. “Foi um processo de construção coletiva, onde incluímos o conhecimento técnico da academia com a realidade vivida pela comunidade.”

As informações farão parte do banco de dados do Cenad, e estarão disponíveis em todo o país. Conforme Alexandra, o estudo de Estrela servirá de base para planos de contingência em diversos municípios brasileiros.

Gestão de riscos

Uma das coordenadoras do estudo, a engenheira civil Andréa Foresti, avalia que a cidade está, hoje, preparada para atender a demanda nos casos de desastre. “Ao longo do trabalho, a Defesa Civil implementou ações para evitar riscos, de acordo com os dados levantados no estudo”, frisa.

Ela afirma que o trabalho de gestão de riscos evita maiores prejuízos para a população. “Os desastres podem acontecer, mas a maneira como prevenimos e respondemos a eles é fundamental na redução dos danos”, relata.

Se uma comunidade é avisada sobre a probabilidade de um desastre até 20 horas antes dele acontecer, esclarece Andréa, haverá tempo hábil para organizar a retirada das pessoas do local de risco. “Com uma prevenção bem feita, o trabalho posterior ao evento é facilitado.”

Conforme a engenheira, quando a população participa do diagnóstico dos riscos, como em Estrela, passa a se proteger melhor e compreender a situação a que está exposta.

Estudo inclui oito municípios

Durante 14 meses, técnicos da Ufrgs, em parceria com servidores municipais e moradores dos bairros da cidade, mapearam os deslizamentos e inundações ocorridos no município entre 2012 e 2014.

O mesmo trabalho foi realizado em outros sete municípios: Encantado, Igrejinha, Novo Hamburgo, Capão do Leão, São Lourenço do Sul, Sapucaia do Sul e Rolante.

O resultado final será incluído no banco de dados nacional de gestão de risco, que servirá, entre outras coisas, para prevenir ocupações em áreas indevidas.

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