Biólogos denunciam poluição de lago

Você

Biólogos denunciam poluição de lago

Dois processos administrativos avaliam problemas ambientais no Jardim Botânico

CCR-aviso-ponte

Lajeado – A possibilidade de haver uma falha no sistema hidrossanitário da UPA será avaliada, com atraso, pelo Executivo. Há pouco mais de 30 dias, biólogos que atuam no Jardim Botânico denunciaram problemas ambientais no pequeno lago localizado dentro da principal área verde do município. A poluição teria iniciado após a inauguração da casa de saúde, em março deste ano. Estrutura foi construída entre os anos de 2010 e 2012.

03Conforme a Secretaria de Planejamento (Seplan), um processo foi aberto no dia 11 de novembro. O fiscal de Posturas notificou as secretarias de Obras (Sosur) e Meio Ambiente (Sema). Apesar da abertura dos trâmites administrativos, nenhuma ação foi realizada desde então. O responsável pela Sema, José Francisco Antunes, garante que nada foi repassado para a equipe. “Apenas comentários sobre mau cheiro e substância estranha no local.”

O secretário da Sosur, Adi Cerutti, confirma ter recebido o processo administrativo. No entanto, diz que não cabe a ele resolver este problema. “Compete a outras secretarias saber se é esgoto ou não. Não sei por que chegou até nós essa dúvida. Além do mais, a construção da UPA foi fiscalizada por engenheiros do Estado”, afirma. Segundo ele, os documentos encaminhados pelo fiscal de Posturas já foram devolvidos.

A situação requer pressa. Essa é a opinião do biólogo, Leonardo Bazzanela, responsável por levar o assunto até a administração municipal. “Já avisamos há mais de dois meses. É uma emergência ambiental, urgente. Há grandes chances de mortandade de peixes e insetos aquáticos”, avalia. Segundo ele, diversos indicadores de poluição foram verificados no lago do Jardim Botânico. “Tudo começou depois que a UPA passou a funcionar”, comenta.

Problema exposto

O córrego contendo esgoto está exposto. Cruza toda área de acesso ao espaço verde, ao lado da estrada de chão. Ele parte de um cano localizado em frente à UPA. Manchas escuras no concreto dos canos chamam a atenção. Servidores do Jardim Botânico temem pela saúde de outros animais que vivem naquela área, e que dependem do manancial.

Conforme Bazzanela, insetos aquáticos e anfíbios não foram mais encontrados no local. “Eles são os primeiros a sentirem a poluição”. Mariscos de água doce e ovos de caramujo também sumiram do pequeno lago. A presença de algas é citada pelo biólogo como um “forte indicativo de danos ambientais.” “Uma coleta realizada recentemente já demonstra ausência e alterações graves do micro-organismo.” Para ele, houve erro na construção da caixa de separação de resíduos da UPA.

Outros funcionários do Jardim Botânico também atestam o problema. O mau cheiro durante os dias quentes é percebido há pelo menos três meses. Há risco à saúde de alguns servidores, avisa uma outra bióloga, já que a mesma água é utilizada por eles para regar plantas. “São possíveis dejetos de pessoas doentes, o que agrava ainda mais o dano ambiental”, opina Bazzanela.

Sesa vai verificar

A coordenadora da UPA, Franciele dos Santos, garante que nenhuma reclamação a respeito do esgoto da unidade chegou até a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV). O secretário de Saúde (Sesa) de Lajeado, Glademir Schwingel, afirma não ter recebido informação a respeito de possíveis danos ambientais causados pela UPA. “Vamos verificar.” Questionada, a Secretaria Estadual de Saúde também desconhece qualquer problema hidrossanitário no local.

Conforme assessoria de imprensa do Executivo, a Sesa se prontificou a providenciar a limpeza da fossa num primeiro momento, e também informará o Estado – que é o executor e fiscalizador da obra – para que notifique a empresa responsável pela construção da unidade e que tome as providências necessárias para impedir que o esgoto caia na rede pluvial.

Acompanhe
nossas
redes sociais