Apenas 3,3% votaram na eleição do DCE

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Apenas 3,3% votaram na eleição do DCE

Maioria dos alunos se absteve do pleito que aclamou a chapa única concorrente

oktober-2024

Lajeado – A pouca divulgação das eleições pelo próprio Diretório Central de Estudantes (DCE) é uma das causas para a baixa participação dos acadêmicos. Apenas 325 foram até as urnas disponibilizadas no campus da Univates durante a semana passada. A pouca presença representa apenas 3,3% do total de universitários que auxiliam a entidade com o pagamento de R$ 30 por ano. Grupo providencia abaixo-assinado para realização de novo pleito, e diretoria admite rever estatuto.

05Representantes de alguns Diretórios Acadêmicos (DAs) questionam a forma como foi conduzido o pleito que decidiu a gestão para 2015. Reclamam da pífia divulgação dos períodos para inscrições de chapas e para votação dos candidatos. Conforme averiguado pela reportagem, durante todo o ano de 2014, há apenas uma postagem a respeito das eleições na pagina oficial do Facebook, assim como no site do DCE. Elas foram postadas na última semana antes do fim do prazo para inscrição.

Apenas uma chapa foi inscrita. Ela venceu as eleições com 251 votos a favor, 71 contra e três nulos. De um total de 9,8 mil universitários aptos para votar, apenas 325 compareceram. São números bastante inferiores se comparados com pleitos realizados na década passada. Em 2006, por exemplo, 1,1 mil alunos participaram da escolha da gestão para 2007. Foram 598 votos para a chapa vencedora e outros 402 para a concorrente.

Os números começaram a baixar no fim da década passada. Em 2009, houve vitória de um dos grupos concorrentes por 600 votos a 160. Desde então, todas as eleições foram realizadas com chapa única e com baixa participação dos alunos. Na escolha da gestão de 2013, por exemplo, o único grupo inscrito recebeu 232 votos a favor, de um montante de 255 votantes. No ano passado, a atual diretoria foi aclamada por 275 estudantes. Outros 11 foram contrários.

Grupo quer novo pleito

Ontem, um grupo de alunos realizou uma reunião com intuito de buscar alternativas para anular a eleição da semana passada. Os acadêmicos já iniciaram a coleta de assinaturas para reivindicar reabertura do período de inscrições para chapas, e consequente realização de novo pleito para diretoria do DCE. Nenhum deles quis se manifestar em nome da causa. A principal crítica se refere à pouca divulgação de todo o processo.

O grupo de alunos tenta destituir a nova direção, que foi definida ainda na sexta-feira passada. A presidente para a gestão 2015, caso o pleito não seja revogado, será Luísa Moraes Arenhart, do curso de Ciências Contábeis. O 1º vice será William Alexander Seelig, e o 2º vice, Bibiana Chiarelli Deitos. Também fazem parte da direção os secretários Kétlin Fernanda Rodrigues e Anderson de Souza Esmeri, além dos tesoureiros Traudi Padoan Ferreira e Gabriela Mueller, além dos diretores.

Valores repassados ao DCE

A receita do DCE aumentou nos últimos três anos. Em 2014, a Univates repassou um total de R$ 296,3 mil referentes à Taxa Estudantil paga pelos alunos. São R$ 15 por semestre, e o pagamento é facultativo. Quem não quiser contribuir, precisa solicitar o cancelamento junto ao setor financeiro da instituição. Além desse valor, o centro universitário repassou mais R$ 10 mil para a realização da gincana da Ules. A prestação de contas ocorre no próximo dia 8.

No ano passado, a receita do DCE foi de R$ 322 mil, sendo R$ 273 mil referente às contribuições dos alunos. No mesmo período, houve uma despesa total de R$ 349,1 mil. Conforme a prestação de contas, foram gastos R$ 54 mil gastos com pessoal, R$ 52 mil com viagens; R$ 64 mil com a gincana; R$ 13 mil com copa e cozinha; R$ 12 mil com despesas para reuniões; R$ 11 mil com a festa dos bixos; e R$ 10 mil com despesas de promoções.

Em 2012, o DCE arrecadou pouco mais de R$ 260 mil e em despesas chegou a R$ 232 mil. Foram gastos, por exemplo, cerca de R$ 15 mil com viagens, R$ 49 mil com promoções, R$ 43 mil com pessoal e R$ 12 mil com a festa dos bixos. Já em 2011, a receita total do DCE foi de R$ 270 mil e as despesas ficaram um pouco acima de R$ 192 mil. Naquele ano, foram R$ 15 mil com a festa dos bixos, R$ 67 mil com pessoal e outros R$ 43 mil com viagens.

Presidente descarta novo pleito

Quatro dias após receber as questões, o atual presidente do DCE, Vitor Espinoza, respondeu ao jornal A Hora. Sobre a pouca divulgação das eleições, diz que as convocatórias foram fixadas nos murais do DCE localizados nos prédios 3, 7, 9, 12 e 16. Também comenta que alguns foram colocados “nos murais da Univates em geral.” Segundo ele, o diretório central “optou por seguir o estatuto à risca”.

“Não agimos de má-fé, apenas seguimos regras. Como não havíamos recebido inscrição de nenhuma chapa até o dia 4, resolvemos ir além do que o estatuto manda e fizemos as postagens no Facebook e site.” Conforme Espinoza, em função das reclamações e das justificativas de que os estudantes não olham os murais, será criada uma comissão composta por 11 estudantes para alterações no estatuto do DCE.

Sobre a falta de divulgação em mídias sociais, Espinoza comenta que o processo nunca foi exposto nessas plataformas desde a fundação da entidade. Ele afirma que não há possibilidade de novo pleito, pois seria um procedimento ilegal. “As eleições ocorreram de maneira justa, respeitando os prazos. Segundo a lei, não haveria a possibilidade de parar o processo em função das reivindicações, como explicado aos DAs.” Ele finaliza afirmando que as reivindicações são positivas para o processo de remodulação do estatuto.

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