Bom Retiro do Sul – O número de ocorrências registradas no município cresceu nos últimos meses. Até o dia 17 de novembro, foram 34 registros, 13 por furto. Entre os dias 14 e 16, foram seis registros de arrombamentos.
Autoridades pedem o aumento do efetivo da Brigada Militar (BM) e Polícia Civil (PC). Hoje, sete brigadianos atendem o município, de 12 mil habitantes. A delegacia do município tem apenas um policial escrivão e não tem delegado titular.
Para o prefeito Pedro Aelton Wermann, a população se sente desprotegida. “Nas outras vezes que fui prefeito, de 1997 a 2004, havia mais policiais na cidade do que hoje”, relata.
Na semana passada, ele se reuniu com o delegado regional interino, João Antônio Peixoto, para pedir mais policiais para a delegacia. Hoje, ocorre reunião com o Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Vale do Taquari.
De acordo com o comandante da BM na cidade, sargento Rivelino Jacques Peixe, o número de ocorrências aumentou a partir de agosto e muitos dos crimes são cometidos por pessoas de fora da cidade. “Estamos em um triângulo entre rodovias, que acabam se tornando rotas de fuga”, frisa.
O sargento lembra que a cidade já teve duas vezes mais soldados do que tem hoje.
A ausência de policiais civis na delegacia também interfere no trabalho da coorporação, pois a maioria das ocorrências é registrada na BM.. “Um registro demora de 30 a 40 minutos e nesse tempo o policial fica parado”, ressalta Peixe.
As autoridades marcaram para dezembro uma nova reunião entre comunidade..“Precisamos da colaboração de todos para entender a causa desses crimes e agir para evitá-los”, diz o sargento da BM. O objetivo do encontro é firmar um pacto para coibir a criminalidade.
Vítimas contabilizam prejuízos
Enquanto as autoridades buscam soluções para contornar a falta de efetivo, os relatos das ações criminosas se intensificam. Após sofrer dois crimes neste ano, um furto e um assalto, uma empresária desistiu de viajar nas férias com medo de ter a casa arrombada. “Estamos à mercê dos bandidos”, pontua.
“Não podemos deixar nossas casas ou comércio sem segurança”, relata o proprietário de uma loja no centro. O local foi arrombado às vésperas de um feriado e a ocorrência registrada na BM.
Ao ouvir boatos de que os materiais estavam sendo vendidos, foi até a delegacia conferir o andameno da investigação, mas não obteve resposta. “Disseram que não podiam fazer nada porque a ocorrência da BM ainda não tinha sido repassada.”
Já proprietário de um mercado, arrombado no início do mês, preferiu nem registrar ocorrência. “Não adianta nada”, diz.
Segundo ele, parte dos crimes é cometido por pessoas conhecidas pela população da cidade. “Alguns até acabam presos, mas logo voltam para as ruas e continuam na atividade.” Com medo de represálias, as vítimas preferiram não se identificar.
PC confirma agente para dezembro
De acordo com o delegado Peixoto, em dezembro a cidade receberá um novo policial, em substituição a uma agente que se aposentou no fim de outubro. “Existem tratativas para tentar trazer mais um agente para a cidade, mas nada de concreto”, ressalta.
Peixoto alerta que o efetivo da PC está defasado em toda a região e que o problema aumentou com as recentes aposentadorias. “É difícil equilibrar entre as cidades da região o escasso efetivo disponível”, assinala. Para ele, é preciso uma movimentação de prefeitos e representantes na Assembleia Legislativa para aumentar o número de policiais em todo o Vale.
