Explosão em agência destrói o dinheiro

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Explosão em agência destrói o dinheiro

Grupo detona caixas eletrônicos, entra em confronto com PMs e consegue escapar

Arvorezinha – A investigação da polícia acredita ter identificado a quadrilha responsável pela explosão em uma agência do Banco do Brasil, na madrugada de ontem, no centro. Pelo menos cinco homens teriam participado da ação, supostos integrantes de um grupo ligado ao crime organizado. No fim da tarde, os peritos localizaram uma banana de dinamite intacta e um dos carros usados na fuga.

03As ondas de pressão decorrentes da detonação estouraram vidraças de prédios vizinhos e de veículos estacionados na rua. O interior da agência bancária foi parcialmente destruído. Paredes, pedaços de móveis e de equipamentos eletrônicos formaram uma pilha de destroços. Para o delegado Max Otto Ritter, os criminosos escaparam sem levar nada. “O dinheiro ficou espedaçado, inutilizado.”

A gerência do banco fazia a apuração dos estragos, quando precisou deixar o prédio durante a tarde. Um dos funcionários avistou o explosivo remanescente da ação. Equipe especializada do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) retornou à cidade para desarmar a bomba. “Apesar da explosão desproporcional, a quadrilha é especializada. Foi um erro de cálculo colocar tamanha carga”, supõe Ritter.

No fim da tarde, um dos dois veículos utilizados na fuga foi encontrado pelo policiamento na ponte de divisa com o município de Guaporé. Ele passará por perícia nas próximas semanas. Pela manhã, equipe do Instituto Geral de Perícias (IGP) recolheu provas no interior e proximidades da agência bancária.

Policiais militares foram alertados e montaram barreiras pela região para tentar capturar os assaltantes. Até o fechamento desta edição (21h), nenhum dos suspeitos havia sido detido. A relação dos prejuízos deve ser divulgada apenas nesta sexta-feira, quando o perímetro estiver seguro e as provas, recolhidas.

Confronto com policiais

O forte estrondo provocado pela detonação, ocorrida por volta das 3h, assustou moradores das proximidades. Algumas pessoas saíram à rua, imaginando ter havia uma explosão no posto de combustíveis. Quando perceberam se tratar de um assalto ao banco, de imediato telefonaram para a emergência da Brigada Militar (BM).

Dois PMs estavam de plantão naquele horário. Enquanto aguardavam reforço de cidades vizinhas, um dos soldados decidiu ir caminhando até a agência para despistar. Foram cinco quadras. Ao chegar no local, deparou-se com dois homens armados guardando a frente da instituição financeira. Quando ambos perceberam o militar, começaram a atirar. O policial revidou com disparos de fuzil.

Um morador passava de carro pela rua durante o tiroteio. O homem foi atingido de raspão, sem gravidade, e conseguiu escapar correndo. O veículo acabou colidindo, tendo diversas escoriações e perfurações de bala.

Nesse momento, os criminosos adentraram em um Honda Civic e num Fiat Idea. Eles fugiram em direção à localidade de Linha Quarta, percorrendo uma estrada de chão batido que chega ao município de Guaporé. Espalharam “miguelitos” pela rua, que estouraram os pneus da viatura. Durante o dia, moradores também relataram ter pneus de veículos furados nas armadilhas.

Maior índice em seis anos

Chega quase há 180 o número de ataques a bancos registrados em 2014 no Rio Grande do Sul, o maior índice em seis anos. Em todo o ano passado, ocorreram 171 casos, sendo tal quantia a maior até então registrada neste mesmo período.

Mais da metade foi na Região Metropolitana. Apenas em Porto Alegre foram 60 ataques. A Serra Gaúcha tem a segunda maior proporção: 10%. O uso de maçaricos tornou-se recorrente no arrombamento dos caixas eletrônicos. Dos casos, 70 ocorreram dessa maneira, quase o dobro do ano passado.

Principais ataques na região

2014

Cruzeiro do Sul – 23 de janeiro. Dupla invade o Bradesco, espera cofre abrir e foge com o dinheiro.

2013

Progresso – 30 de agosto. Dois homens quebram porta frontal do Sicredi e arrombam caixas eletrônicos.

Colinas – 25 de fevereiro. Três homens rendem cliente e entram no Sicredi, levando dinheiro dos caixas.

Imigrante – 15 de fevereiro. Quatro ladrões assaltam o Banrisul. Em dez minutos, rendem funcionários e pegam o dinheiro.

2010

Dois Lajeados – 2 de março. Bandidos explodem caixas e cofres do Banco do Brasil, conseguindo escapar com o dinheiro.

Paverama – 9 de novembro. Com explosivos, cinco ladrões arrombaram o cofre do Banco do Brasil.

2009

Anta Gorda – 19 de outubro. Cinco homens assaltam o Banrisul, fazendo nove reféns. Dois ladrões foram presos e um baleado.

Capitão – 6 de novembro. Quatro assaltantes trocam tiros com PMs, se refugiram em matagal e escapam.

2007

Fazenda Vilanova – 5 de junho. Agência do Banrisul é assaltada às margens da BR-386.

Marques de Souza – 9 de março. Oito invadem o Sicredi, atiram em PM e agridem funcionário.

2006

Progresso – 10 de janeiro. Cinco homens assaltam o Sicredi e o posto em frente ao banco.

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