Região tem 40% das áreas sem sucessores

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Região tem 40% das áreas sem sucessores

Congresso debate políticas públicas para a classe

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Vale do Taquari – A preocupação sobre a continuidade no trabalho das pequenas propriedades foi o tema central dos debates no 5º Congresso Estadual da Juventude Trabalhadora Rural. O evento ocorreu em Lajeado nessa terça e quarta-feira.

03Hoje, das 374 mil do propriedades familiares do Estado, 115 mil, ou seja, 30%, ainda não têm um herdeiro definido, segundo interpretação feita pela Emater a partir de informações do IBGE. No Vale, este percentual chega a 40%, segundo o coordenador da Regional dos Sindicatos, Luciano Carminatti.

Durante o encontro que reuniu 700 jovens de todo Estado, foram debatidos temas e cobrados investimentos nas áreas de saúde, infraestrutura e educação no campo.

Apesar do número de propriedades sem sucessor ser elevado, destaca que o trabalho iniciado pelos sindicatos, Emater, cooperativas e governos municipais como de Westfália, Imigrante, Estrela, Colinas e Teutônia ajuda a estabilizar ou até diminuir o êxodo.

Conforme Carminatti, a oferta de crédito, diálogo entre pais e filhos, acesso à tecnologia e qualificação ajuda a transformar o jovem em empreendedor. “O conhecimento rompe paradigmas, tecnifica o processo e possibilita aos filhos dividir ou até assumir a gerência.”

Responsáveis por 70% produção de alimentos no país, Carminatti destaca que as pequenas propriedades familiares têm importância ao manter na mesa da população urbana a variedade de alimentos disponível.

Na Região Sul, houve uma redução de 48% na população rural desde a década de 70. Para valorizá-la e incentivá-la, acredita que ainda faltam políticas públicas que facilitem o trabalho do jovem produtor.

No encerramento, foi realizada uma caminhada do Parque do Imigrante até o centro onde foi lida e aprovada a carta de reivindicações que será entregue à Fetag, governos estadual e federal. O próximo encontro ocorre daqui a dois anos.

“Precisamos do conforto da cidade”

Romário de Jesus da Silva Moreira, 20, e Dionatan de Lara Oliveira, 19, trabalham na lavoura de fumo ao lado dos pais em Fontoura Xavier. Há dois anos, Moreira planta cem mil pés em parceria com a família. Cita a falta de infraestrutura no interior como principal motivo para seus amigos migrarem para a cidade. “Não tem sinal de celular e nem internet. Precisamos do conforto da cidade para ficar. Além disto, a oscilação dos preços agrícolas, aliada às variações meteorológicas, favorece a saída.”Mesmo assim, pretende continuar e busca diversificar a economia nos 15 hectares cultivados. “Iniciarei a produção de leite ano que vem.”

Maciel Goergen, 34, aposta na atividade leiteira ao lado do pai em Cruzeiro do Sul.

A média produzida diária varia entre 800 e mil litros. Há dois anos foram investidos R$ 100 mil na compra de máquinas e construção de galpões. “Existe crédito, oportunidades para nos qualificar e a sociedade aos poucos reconhece nossa importância.”

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