Cruzeiro do Sul – As dificuldades financeiras do Hospital São Gabriel Arcanjo culminam em mudanças no modelo de gestão da instituição. Há uma semana, o Conselho Hospitalar exonerou o então administrador, Celso Weissheimer, e repassou tal função ao governo municipal. Um servidor público assume a gerência até ser encontrada uma alternativa capaz de evitar a falência.
Conforme a assessoria jurídica do Executivo, as trocas começaram depois que a casa de saúde acionou o promotor Sérgio Diefenbach, alegando problemas financeiros, sem antes tentar resolver a questão com o governo. “Esse fato nos causou surpresa, visto que não fomos comunicados”, salienta o advogado Fábio Gisch.
De imediato, o promotor de Justiça solicitou um encontro com representantes do hospital e do Executivo para avaliar a situação. A partir disto, o município montou comissão para realizar uma auditoria interna no instituição, a fim de averiguar os repasses de auxílio financeiro, situação jurídica e administrativa.
Tal relatório foi apresentado a Diefenbach na reunião, o qual descrevia “inconsistências administrativas e gastos excessivos”, em especial na compra de material de expediente, encargos bancários, combustível, seguro veicular e gastos em alimentação e bebidas.
O prefeito César Leandro Marmitt, o “Dingola”, propôs ao promotor assumir de imediato a administração do São Gabriel Arcanjo. Pelo acordo firmado também com o Conselho Hospitalar, o município terá um ano para tentar a recuperação financeira ou encontrar alguma parceria, como a cogitada terceirização do hospital.
Dívida de R$ 200 mil
Nas últimas semanas, o Executivo precisou desembolsar R$ 47 mil para o pagamento do 13o salário dos funcionários. Outros R$ 69 mil sairão dos cofres municipais, para indenização trabalhista do antigo administrador.
De acordo com o secretário da Administração, Leandro Johner, a dívida do hospital se aproxima dos R$ 200 mil. No montante estão incluídos R$ 90 mil relativos a financiamentos em duas agências bancárias, R$ 15 mil pendentes com escritórios de assessoria e R$ 55 mil, relativos a fornecedores. “Pagaremos também o servidor que administrará a instituição. Apenas com isso, prevemos uma boa redução nas despesas”, aponta.
