Estratégia garante derrubada de emenda

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Estratégia garante derrubada de emenda

Secretário de Obras, Adi Cerutti, pediu exoneração para votar lei orçamentária

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Lajeado – Uma manobra política garantiu que a livre movimentação de recursos do gabinete do prefeito se mantivesse em 10% dentro da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2015. Uma emenda previa diminuição para 5% e minutos antes do início da sessão de ontem contava com aprovação da maioria dos vereadores. Troca de parlamentares na bancada peemedebista e alterações de última hora em votos de integrantes da oposição mudaram o cenário. Com isto, Luís Fernando Schmidt terá R$ 26 milhões para usar.

04A estratégia de última hora foi anunciada pouco antes das 17h. O agora ex-secretário de Obras (Sosur), Adi Cerutti foi exonerado do cargo na tarde de ontem para assumir uma cadeira no lugar do suplente, Hugo Vanzin (PMDB). Vanzin votaria a favor da emenda. Cerutti foi contra e, junto com os votos de Antônio Schefer (SDD) – o único da base de oposição a se posicionar contra a emenda – e Delmar Portz (PSDB) – que retirou apoio durante a sessão – ajudou a vetar a proposta.

Sérgio Kniphoff (PT), Ernani Teixeira (PDT), Élio Lenhart (PT), Ildo Salvi (PT), Heitor Hoppe (PT) e Sérgio Rambo (PT) também votaram pela rejeição da proposta. Já Djalmo da Rosa (PMDB), Lorival Silveira (PP), Círio Schneider (PP), Mozart Lopes (PP), Waldir Gish (PP) e Carlos Ranzi (PMDB) foram favoráveis ao projeto.

Cerutti poderá reassumir a Secretaria de Obras ainda nesta semana, mas também há possibilidade de ficar até a eleição da nova mesa diretora. Até lá, o fiscal de asfalto, Paulo Airton Alves, será o interino no cargo. Questionado sobre sua volta repentina à câmara, afirmou que a estratégia havia sido decidida há mais dias. “Voltei em nome dos mais de 800 votos, para cumprir compromisso. E a emenda da livre movimentação foi um dos motivos. Isso não significa ‘cheque em branco’ para o prefeito, há várias formas de fiscalização”, comenta.

A exoneração de Cerutti não foi esclarecida pelo secretário de Governo, Auri Heisser. “Nenhum motivo.” O presidente local do PMDB, Celso Cervi, não sabia e achou normal ele ter se posicionado contra o próprio partido. “Não sabia da saída do Adi. Mas deve ter sido por causa da livre movimentação. Acho normal. Com certeza na próxima semana ele volta para a Sosur. Sei que ele e o Biluca (Hugo Vanzin) conversaram e o Biluca pediu a ele para fazer o que achava melhor. Essa estratégia do prefeito com o Adi é normal. Ele volta logo.”

Justificativas diversas

Antônio Schefer (SDD), que desde o início da gestão de Schmidt foi um dos opositores mais atuantes, votou contra a emenda e ajudou a manter a livre movimentação do prefeito em R$ 26 milhões em 2015. “Mesmo sendo de oposição, eu não quero atrapalhar ou prejudicar o prefeito”, justifica. Delmar Portz (PSDB) surpreendeu ao retirar a assinatura de apoio à emenda. “Vai ser derrubada igual após o apoio do Schefer. Não tenho por que me indispor com a administração.”

Carlos Ranzi (PMDB) critica a decisão de Portz. “Eu não retiro minha assinatura. E essa sua decisão me causa estranheza.” Outros dois vereadores reclamaram da atitude do tucano. “Eu assinei e mantenho minha posição”, diz Círio Schneider (PP). O presidente do Legislativo, Djalmo da Rosa (PMDB), também manteve o compromisso assumido antes da sessão. “Eu também assinei o parecer da emenda, e se precisasse assinar de novo eu assinaria. Já perdemos dois anos.”

Autor da proposta, Lorival Silveira (PP) afirma que a emenda daria maior poder de fiscalização aos vereadores. “Foi consenso de outros vereadores, que assim teríamos maior participação nas decisões envolvendo estes recursos.” Waldir Gish (PP) demonstra preocupação com a falta de justificativa prévia para os gastos do prefeito. “Alguém aqui sabe onde foram gastos os valores dessa livre movimentação em 2014”, questiona.

Seis emendas

A previsão para o próximo ano é de uma arrecadação de R$ 267 milhões. A LOA para 2015 foi aprovada com seis emendas. Outras sete foram rejeitadas – entre elas, da livre movimentação – e quatro retiradas pelos vereadores proponentes. Carlos Ranzi foi o autor de cinco propostas que não foram aprovadas.

Entre as propostas aprovadas, há sugestões para pavimentações de ruas nos bairros Morro 25, Jardim do Cedro e Moinhos d´Água. A maioria delas apresentada pelo vereador Lorival Silveira, que deixou a sessão após se sentir mal durante um debate. Ele foi encaminhado ao Hospital Bruno Born (HBB) onde passou por exames na emergência, e até o fechamento desta edição estava em observação, com quadro clínico estável.

Turno único em sessão extraordinária

Pelo menos 15 projetos do Executivo devem entrar em pauta na sessão extraordinária marcada para hoje, a partir das 8h. Entre eles, a proposta que autoriza o prefeito a instituir turno único em todas as secretarias, principalmente àquelas instaladas junto ao prédio administrativo. A mesma medida já foi tomada na Secretaria de Obras e na Secretaria de Agricultura.

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