Cruzeiro do Sul – A cidade comemora neste sábado 51 anos de emancipação política. Afora a programação de aniversário, pouca festa. A consequente queda na arrecadação dificulta inclusive a quitação das contas de fim de ano.
Para retomar o crescimento da receita e proporcionar desenvolvimento, o governo tenta atrair novas empresas. O Distrito Industrial, localizado às margens da RSC-453, é a principal aposta para aumentar a capacidade produtiva e a oferta de mão de obra. Desde 2010, quando foi oficializada a área, quatro empresas se instalaram e outras cinco têm novo contrato assinado.
“No próximo ano, deverão gerar mais de 200 novos empregos diretos”, realça o prefeito, Cesar Leandro Marmitt. Segundo ele, empresas de diferentes regiões mostraram interesse em se instalar no local.
A área de 4,3 hectares tem 21 lotes. Convênio com o governo federal garantiu investimento de R$ 2,2 milhões na pavimentação do distrito.
No município, nos últimos dois anos, o governo contabilizou a instalação de oito empresa de médio porte, distribuídas em áreas variadas. A maioria ligada ao segmento de construção civil.
Conforme o prefeito, o plano é incentivar a vinda de mais empreendimentos e diversificar a matriz produtiva da cidade. O setor industrial representa cerca de 40% da economia, percentual semelhante do setor primário. Este, por sua vez, se sustenta pela produção de aves, suínos, leite, milho e mandioca.
Para reduzir o êxodo rural e transformar o agricultor em microempreendedor, Marmitt relata a necessidade de profissionalização. Em 2015, projeta uma parceria com o Sebrae, para oferecer cursos gratuitos às famílias e contribuir na implantação de novas culturas.
Investimentos para 2015
O município estima um orçamento de R$ 28,5 milhões para o próximo ano. O valor, segundo o prefeito, não condiz com a necessidade. Neste ano, relata o investimento de 23% do orçamento em saúde.
A finalização da nova Unidade Básica de Saúde (UBS) no Passo de Estrela e apoio ao hospital estão entre as prioridades de 2015 na área. Para garantir a manutenção da casa de saúde, o município auxiliará na busca pela referência em dermatologia.
Na educação, Marmitt pretende manter 25% do orçamento, ampliando o transporte escolar e concluindo a construção de duas escolas de Ensino Fundamental. Ambas com auxílio federal. Em infraestrutura, projeta novos calçamentos comunitários e o financiamento de R$ 1,5 milhão para novas pavimentações. O projeto para outros três trechos de calçamento e um de asfalto está pronto para votação do Legislativo.
Orçamento fica abaixo do previsto
A queda na arrecadação, diz Marmitt, tem como motivo os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviço (ICMS), que ficaram 10% abaixo do previsto.
Diante disto, a previsão de chegar em dezembro com R$ 26,5 milhões no caixa não deve se realizar. Para evitar o risco de fechar as contas no negativo, a primeira medida do governo foi instituir turno único em três secretarias (Obras, Agricultura e Estradas). Nas últimas semanas, a contensão de despesas atingiu os contratos de publicidade e mídia.
Segundo o prefeito, em setembro, só de FPM, o município deixou de receber R$ 67 mil. O gestor garante que não há atrasos de pagamentos, seja ao quadro funcional, contratos de prestação de serviço, fornecedores ou convênios.
Levantamento da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) mostra que a crise financeira obriga nove em cada dez cidades a adotar medidas de contensão, como corte de Cargos de Confiança (CCs), Funções Gratificadas, redução de diárias, horas extras, entre outras.
