HBB confirma suspensão de programa

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HBB confirma suspensão de programa

Especialização em Clínica Médica iniciaria em março de 2015, mas foi protelada para 2016

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Lajeado – O Hospital Bruno Born (HBB) anunciou, ontem, o adiamento da residência em Clínica Médica. Ela estava programada para iniciar no próximo ano. Motivos pessoais, atritos internos e o apoio atrasado de alguns setores da instituição são motivos apresentados pela coordenação do programa. A prova seletiva, marcada para o próximo dia 30, está cancelada. Havia 42 inscritos. Todos serão avisados e haverá restituição dos valores gastos com as taxas de inscrições.

04No próximo domingo, haverá prova apenas para a Residência em Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Para esta especialidade, há 145 profissionais inscritos para quatro vagas disponíveis.

A possibilidade de adiar o início do programa foi antecipada pelo A Hora na semana passada, logo após o ex-preceptor-chefe da residência, Lucas Mallmann, comunicar interesse em deixar a função.

Outros nomes chegaram a ser cogitados para assumir a vaga de Mallmann. Mas, segundo o coordenador da Comissão de Residência Médico (Coreme), o radiologista Fabiano Ritter, os profissionais citados – entre eles Roberto Reckziegel – não foram convocados para o posto de preceptor-chefe. Mallmann assumiu em setembro no lugar do clínico geral, Sérgio de Macedo Marques, que deixou a função após ser desligado do cargo de diretor médico.

Conforme Ritter, a direção do HBB havia aceito, no início do mês, todas condições físicas e financeiras necessárias para a implantação da residência. Mallmann receberia R$ 4 mil mensais pela função de organizar os serviços. Também foi definido um valor médio de R$ 3 mil mensais a cada especialidade necessária para a Clínica Médica: cardiologia, gastroenterologia, pneumologia e nefrologia. São duas delas por ano durante todo o curso.

Ritter comenta que o MEC não prevê pagamento para preceptor-chefe. Segundo ele, a gratificação sugerida para o cargo foi uma opção do hospital para auxiliar o profissional responsável. “Em outras cidades, também ocorre da universidade conveniada disponibilizar e custear professores para atuar na função. Mas o curso de Medicina da Univates é muito novo, e não seria possível fazer desta forma neste momento.”

“É inviável iniciar em 2015”

Mallmann critica publicações anteriores sobre o assunto. Diz que o A Hora errou ao afirmar que ele “desistiu em função da dificuldade de conciliar o novo cargo com a carreira de médico”. Segundo ele, não há estrutura adequada para iniciar em 2015. “As notícias passam a impressão de que minha atitude foi irresponsável. Pelo contrário. Coloquei o cargo à disposição após perceber que não existe o mínimo necessário para atender as imposições do MEC.”

Ele reitera a necessidade do comprometimento de outros profissionais envolvidos nas sete especialidades exigidas para a construção do programa. “Eu preciso de um grupo de pessoas para me auxiliar. Assumi no fim de setembro, estou há pouco mais de um mês. E até o momento não havia aporte do grupo. Tomei uma posição responsável ao avisar à direção sobre a inviabilidade técnica de iniciar no próximo ano”, comenta.

Mallmann não descarta retomar a função de preceptor-chefe em 2016. “Não pedi desligamento. Apenas coloquei o cargo à disposição caso queiram mesmo iniciar em 2015.”

Ritter comenta que a desistência na última hora não foi bem vista pelos demais membros do Coreme e também por outros setores do hospital. Mesmo assim, mantém a possibilidade em aberto. “Não há qualquer definição por parte da direção do hospital. Portanto, não temos como garantir ou desconsiderar qualquer hipótese.”

Decisão do Corpo Clínico

Na terça-feira, a direção do Corpo Clínico enfim manifestou apoio à Residência em Clínica Médica. Mas os integrantes sugeriram remarcar o início do curso. O coordenador do Coreme elogia o melhor relacionamento com o setor. “Segundo os integrantes, o Coreme anterior sequer levou o assunto para ser discutido.” Ritter assumiu em junho passado. Ele diz que outros profissionais também se queixaram da demora nas negociações por parte dos integrantes da comissão anterior.

Os representantes do curso de Medicina da Univates foram avisados da decisão. De acordo com o médico e coordenador, Luis Fernando Kehl, a grade curricular previa o início para março de 2015. “Essa decisão do HBB deve atrasar nossos planejamentos. Mas o curso continua, já que a residência é apenas um apoio. Isto não inviabilizará que alunos passem a atuar nos hospitais a partir do próximo ano”, garante.

Outras duas residências

O HBB oferece, desde 2006, Residência Médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Ritter coordena este programa. A área engloba exames de raios X, ressonância magnética, ecografia, mamografia e tomografia computadorizada. Os residentes realizam atividades teóricas e práticas em todos os setores de imagem do hospital. A partir de 2015, agora aprovado pelo MEC, o programa será de três anos – um a menos que a grade atual.

A instituição tem também, até 2016, autorização do MEC para iniciar outros dois programas. O primeiro deles, em Cancerologia Clínica, também estava marcado para iniciar em 2015. No entanto, esclarece Ritter, não houve consenso sobre a real necessidade de começar o curso no ano que vem. O MEC autoriza ainda a residência em Medicina de Família e Comunidade, cujo início ainda depende de uma parceria com o Executivo.

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