A Hora promove debate sobre logística

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A Hora promove debate sobre logística

Evento ocorre hoje à tarde na Expovale, reunindo líderes regionais de todo o Estado

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Lajeado – A discussão aberta pelo Caderno Tudo acerca dos problemas de logística na região prossegue hoje à tarde. O jornal A Hora, assim como nas duas edições anteriores da maior feira industrial e comercial do Vale, promove uma mesa de debates com representantes de diversas regiões do Estado. O uso adequado das rodovias, hidrovias, ferrovias e até do aeródromo é a principal pauta.

04Conforme abordado pela reportagem do anuário publicado nofim de semana, a região subaproveita seus principais modais, em contraponto aos incentivos e bandeiras levantadas em prol de uma melhor malha rodoviária. Hoje, o Porto de Estrela incrivelmente ostenta a pior colocação entre todas as demais estruturas do país. Nenhum outro porto registrou movimentação inferior ao gigante construído às margens do Rio Taquari.

Nos dez primeiros meses de 2014, o porto estrelense registrou uma movimentação de apenas 64 mil toneladas. O montante é cerca de 90% inferior ao registrado há cinco anos, por exemplo, quando mais de 760 mil toneladas passaram pelos silos e armazéns. Na década de 80, chegou a 1,3 milhão por ano.

Como não poderia ser diferente, o Porto de Estrela figura como o mais ocioso do Estado. A hidrovia do Rio Taquari, que já competiu de igual com outras da Região Sul, hoje está bem aquém de outros mananciais. No Rio Jacuí, por exemplo, foram quase 800 mil toneladas transportadas nos dez primeiros meses. No Gravataí, 1,1 milhão.

Os índices do Vale do Taquari são ruins também perante os rios dos Sinos, Caí e do Canal São Gonçalo. Eles registraram movimento de, respectivamente, 293 mil, 227 mil e 266 mil toneladas neste ano. Empresários do setor de transporte fluvial reclamam do pouco investimento e interesse no modal. Para eles, surge como possibilidade de desafogar as saturadas rodovias da região.

Ferrovia pouco aproveitada

O melhor aproveitamento do modal ferroviário é um desafio regional. Pela Malha Sul, controlada pela América Latina Logística (ALL), poucas cargas chegam ao Porto de Estrela por ano. Indústrias de transformação preferem a garantia do cumprimento dos prazos oferecido pelo transporte rodoviário.

As composições por trens não atendem as necessidades do empresariado regional apesar da economia de até 30% oferecida pelo modal. Sem cronogramas determinados para carga e descarga, cooperativas do Vale, como a Cosuel e Languiru, têm pouco interesse em contratar o transporte pelos trilhos.

As locomotivas com destino ao Vale do Taquari partem das cidades de Londrina ou Maringá, no Paraná. Os insumos agrícolas, em especial o milho, são comprados nos estados do Mato Grosso e Goiás. Como não há ferrovia, os carregamentos seguem de caminhão até o Paraná, para depois serem transportados para os vagões.

Apesar da pouca procura, a ALL alega crescimento de 10% nos transporte pelas estradas de ferro na Região Sul.Em 2013, segundo a concessionária, foram movimentadas mais de cinco milhões de toneladas pelos trilhos gaúchos, sendo que três milhões foram exportadas ou importadas por meio do Porto de Rio Grande.

Números que contrastam com este ano. O total de cargas transportadas está muito abaixo do ano passado. Até setembro, foram 283.162 mil toneladas. Para se ter uma viagem por dia, seriam necessárias cerca de quatro mil toneladas de cargas, o que corresponde a 110 caminhões. Se houvesse lotação total dos vagões, o trem viajaria direto da origem ao destino, com prazo de entrega de três dias.

Burocracia dificulta liberação

O Aeródromo Regional de Estrela está fechado desde 2006. Uma série de trâmites burocráticos dificultam uma definição para uso da área. O aeródromo pertence ao Estado, mas a manutenção fica a cargo do governo municipal. A Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) e do Conselho de Desenvolvimento da região (Codevat) solicitaram ao Palácio Piratini a reversão do processo de cedência do terreno.

Outro problema que impede o melhor aproveitamento é a existência de uma rede de energia elétrica. A forma da instalação contraria as regras impostas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Pela análise técnica do órgão, a proximidade com as linhas de transmissão é um risco para pousos e decolagens.

O Executivo de Estrela protocolou o Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo no 5ª Comando Aéreo Regional (Comar), em Canoas, mas não obteve resposta.

Detalhes do debate

“Caminho aberto para o desenvolvimento”. Esse é o tema do debate marcado para as 15h no auditório central de eventos da feira. Extensão do Caderno Tudo, a atividade também vai gerar nova reportagem sobre logística de transporte no Vale do Taquari. Diretor de Redação, Fernando Weiss, diz que o objetivo principal é possibilitar uma “troca de ideias” entre empresários e representantes de entidades.

O A Hora já realizou, em duas oportunidades, debates semelhantes durante feiras anteriores. Foram discutidos temas como agronegócio e saneamento básico. Para Weiss, é uma maneira do veículo de comunicação assumir seu protagonismo na solução de problemas relevantes da sociedade. “Compromisso é abordar temas cruciais para o desenvolvimento regional, convocar a sociedade para a reflexão e propor melhorias.”

Presenças confirmadas

Willis Taranger –Diretor-adjunto de Infraestrutura e Energias da AGDI

Dirceu Bayer– Presidente da Cooperativa Languiru

Ito Lanius –Presidente da Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari

Gilberto Piccinini- Presidente do Instituto Gaúcho do Leite e da Cooperativa Cosuel

Cíntia Agostini– Presidente do Codevat

Sidnei Eckert –Prefeito de Arroio do Meio e presidente da Amvat

Nelson Eggers– Diretor-presidente da empresa Fruki

Otto Marschbächer– Pró-reitor administrativo da Univates

Alex Schmitt– Presidente da Acil

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