Lixo persiste e obra aguarda finalização

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Lixo persiste e obra aguarda finalização

Espaço que deveria servir para desvio de caminhões vira área de descarte irregular

Encantado – A falta de fiscalização e o atraso da obra de acesso industrial ao bairro Lago Azul agravam o acúmulo de lixo no local. O aterro feito para elevar a rua lateral, aberta em 2012, tornou-se um lixão a céu aberto. Moradores reclamam do descarte irregular. Município reconhece problema e pretende intensificar vigilância, porém, situação recai na falta de coleta seletiva.

02A placa municipal posta no trecho restringe o uso do espaço ao município, permitindo apenas o descarte de podas de árvores e restos de construção civil. Porém, logo ao lado, aparecem pedaços de isopor, pneus, plásticos e metal. Veículos particulares e tele-entulhos também são vistos no local.

O espaço fica às margens da ERS-332, próximo a um córrego e a menos de 200 metros de uma escola de Educação Infantil. “Não é um local adequado para colocar lixo”, reclama o mecânico Claudir Rampel. Relata a constante movimentação de pessoas no trecho, inclusive alguns catadores, em busca de pedaços de fios e papelões.

Outra moradora, a florista Celestina Bertozzi, diz não se sentir incomodada com o descarte no aterro. Segundo ela, parte dos vizinhos recolhe madeiras para acender fogões e lareiras. “A maioria dos moradores não coloca lixo ali. Vem de outros lugares”, diz.

Alguns vizinhos preferem não se identificar, com medo de represálias. A maioria reconhece os problemas ambientais provocados pelo descarte irregular. Ao mesmo tempo, questionam o uso da área e a fiscalização municipal sobre o trecho.

Obra para 2015

Segundo o secretário de Planejamento, Roberto Turatti, o aterramento da área é necessário para elevar a altura da rua, facilitando a passagem de veículos em períodos de cheias no bairro. Relata que o local não está abandonado, sendo utilizado por alguns caminhões.

Como no projeto inicial, feito em 2012, prevê a construção de um trevo, garantindo melhoras no acesso da rodovia à rua lateral. “O plano para finalização da obra já foi aprovado pelo Daer”, adianta.

De acordo com Turatti, faltam recursos para realizar a obra neste ano, por isto, as melhorias devem ocorrer no primeiro semestre de 2015. Com o trecho pronto e sinalizado, relata o desvio do tráfego pesado do centro do bairro, evitando o trajeto de caminhões em frente às escolas. O percurso também servirá de rota alternativa durante enchentes, ao ligar a ERS-332 à rua Lélio N. Crippa.

Falta coleta seletiva

A fiscal do Departamento do Meio Ambiente, Luciana Gonçalves, reconhece a situação do aterro. Relata o desrespeito das pessoas ao deixarem lixo no local, desobedecendo a sinalização. “Há 15 dias, fizemos uma empresa recolher parte do isopor deixado lá”, diz.

Luciana enfatiza dificuldades em identificar os responsáveis pelo descarte. Pede auxílio dos moradores para reforçar a fiscalização no local, informando sobre os casos.

Ao mesmo tempo, menciona a falta de coleta seletiva na cidade como um entrave na destinação correta. “Por vezes, o lixo fica no meio do entulho, é difícil saber”, defende. Com a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), almeja a implementação de melhorias no tratamento dos resíduos sólidos e orgânicos, exigindo mudanças de toda população.

Saiba mais

Uma lei federal de 2007 exige que cada município envie um PMSB à Funasa até dezembro de 2015. Este consiste na elaboração de medidas para melhorar abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais nos próximos 20 anos. O atraso ou o descumprimento dificultará o repasse de recursos estaduais e federais às cidades.

Problema recorrente

A situação no local permanece a mesma há dois anos. Desde a abertura da rua lateral em 2012, município, moradores e empresas realizam o descarte irregular. O problema, trazido na edição de 31 de janeiro de 2013, persiste e o lixo exposto na área aumenta.

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