Governo negocia nova área para o aterro

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Governo negocia nova área para o aterro

Licença de Operação foi emitida, mas vida útil do depósito é de apenas sete anos

oktober-2024

Lajeado – A Fepam emitiu a Licença de Operação (LO) para a nova célula em setembro, e o despejo inicia nas próximas semanas. Mesmo assim, o Executivo anuncia a compra de um terreno para ampliação do aterro sanitário. O negócio pode ser concluído até janeiro de 2015, com a aquisição de uma área com mais de dez hectares, em frente ao atual depósito de resíduos sólidos, no bairro São Bento. Valor está estipulado em R$ 350 mil e serviria para receber as dezenas de toneladas de lixo a partir de 2021.

03Com dificuldades para aumentar os índices de separação do lixo – hoje ele segue estagnado em 5% do total de 55 toneladas diárias – a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) estima em sete anos a vida útil da nova célula. Para evitar a saturação do local e o consequente depósito irregular, trabalha para antecipar a liberação de um novo espaço. Nos últimos dois anos, a Fepam emitiu pelo menos dois autos de infração contra o Executivo em função de problemas gerados pela falta de local adequado.

“O governo está viabilizando recursos para aquisição do terreno. A proposta já está com o setor de administração e a ideia é fechar o negócio até o início do próximo ano”, afirma José Antunes, titular da Sema. Apesar da negociação quase concretizada, o secretário ainda tenta melhorar o sistema de separação do lixo. “Quanto maior a triagem, menos resíduos sólidos serão depositados. Se chegarmos a um índice de separação de 25%, a vida útil do local pode chegar a 15 anos.”

Para aumentar os níveis de separação dos resíduos, Antunes anuncia para as próximas semanas a conclusão de um segundo pavilhão para triagem do lixo. Com uso de novos maquinários, o serviço dos funcionários da cooperativa responsável pela separação será facilitado. “Vamos instalar um sistema mecanizado de triagem, e utilizar ainda máquinas rasgadoras de sacolas que agilizam o serviço.” Segundo ele, a administração aguarda pelo fim das obras para iniciar também o despejo na nova vala.

Nova célula demora cinco anos

A construção da nova célula – que deve começar a receber lixo na próxima semana – começou a ser divulgada ainda em 2009. Em dezembro daquele ano, o Executivo anunciava investimento de R$ 2 milhões em melhorias no aterro sanitário. A licença ambiental de instalação foi emitida pela Fepam em 2010. Os serviços iniciaram em novembro de 2011, e um ano depois o município lançou edital de licitação para compra da geomembrana de polipropileno.

Dois anos depois, ainda com a obra incompleta, a nova gestão realizou outra compra de geomembrana. Segundo Antunes, a cobertura disponibilizada pela administração anterior era insuficiente. A ex-secretária de Meio Ambiente, Simone Schneider, nega. “Foi comprado para uma área de 15 mil metros quadrados, o engenheiro era o mesmo. Na época gastamos R$ 300 mil.”

Atrasos nas licitações para compra de geomembrana e para contratação de serviços de máquinas protelaram o fim das obras para julho de 2014. Foi quando a Fepam vistoriou o local e apontou uma série de irregularidades. Um auto de infração foi emitido contra a administração municipal. Lançamento de chorume em uma sanga próxima e descarte em áreas impróprias foram alguns apontamentos.

Com a vala saturada de lixo, pequenos incêndios foram registrados. Por diversas vezes o Corpo de Bombeiros precisou ir até o local para evitar danos maiores. A Fepam realizou outras exigências, cumpridas pela administração municipal ainda em agosto. Com a LO expedida pelo setor fiscalizador – com prazo até setembro de 2018 –, a velha célula será enfim inutilizada.

25 anos de lixo depositado

A área utilizada para o velho aterro tem 17 hectares e já recebe lixo há quase 25 anos. No início, havia poucos cuidados com o depósito. Até 1998, outros municípios também depositavam resíduos no local. Entre eles, Marques de Souza, Santa Clara do Sul e Forquetinha, que recém haviam se emancipado. Uma autuação por parte da Fepam obrigou a criação de uma lei, proibindo o uso por outras cidades.

Mesmo assim, a degradação permaneceu até 2002. Naquele ano, a administração municipal iniciou a recuperação do local. Em 2005, quando a cidade gerava em torno de 37 toneladas diárias, a primeira célula começou a receber resíduos sólidos. Um ano depois, o governo investiu na construção do prédio administrativo, de uma vala de escoamento de água pluvial e na colocação de terra e grama sobre os resíduos do antigo lixão.

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