Comércio retarda contratação temporária

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Comércio retarda contratação temporária

Endividamento e baixa nas vendas reduzem perspectivas de vagas para o fim do ano

oktober-2024

Lajeado – A proximidade das festas de fim de ano proporciona oportunidades de trabalho. Algumas lojas abrem vagas para funcionários temporários e até efetivos. Pelo menos 53% das empresas entrevistadas pelo SPC projetam contratação neste ano, com média de três a quatro funcionários.

01Gerente de um estabelecimento de vestuário de Lajeado, Juliane Riffel, seleciona três pessoas para vagas de vendedor e caixa. Todas serão efetivadas. A empresa oferece salário fixo e comissão sobre as vendas. Mesmo assim, há dificuldades de contratação.

“Recebemos vários currículos, mas falta gente com experiência”, ressalta. Outro agravante é a indisponibilidade de horários. Na maioria das vezes, os candidatos não querem atuar no sábado. Impasse reforçado pelo presidente da CDL, Daniel Dullius.

Segundo ele, as contratações temporárias devem iniciar em meados de novembro e se estender até março, garantindo a cobertura de férias dos demais funcionários. “Os que tiverem vontade de aprender e disponibilidade de horário têm vantagem na seleção”, diz.

Seguindo a tendência nacional, o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Lajeado, Marco Daniel Rockemback, projeta números semelhantes ao ano passado. De acordo com ele, a maioria das contratações neste período manterá o quadro funcional. Situação vista em estabelecimentos, como a loja de móveis e eletrodomésticos gerenciada por Janete Bergonsi Goetze.

Neste ano, ela pretende manter o quadro de funcionários. Há quatro anos a empresa não contrata de forma temporária no fim de ano. “A venda não é mais focada só neste período. As pessoas compram conforme gostam ou por necessidade”, acredita. Janete relata também a redução das vendas nos últimos meses, devido ao maior endividamento das pessoas e excesso de feriados devido a eventos como a Copa do Mundo.

Em busca de vaga

As amigas Cristieli Gerhardt, 20, e Pâmela Fernandes Silva, 18, buscam por uma oportunidade de fim de ano. Nos últimos dias, distribuíram currículos pelas lojas da cidade.

“Só não quero trabalhar no domingo”, diz Cristieli. Com três anos de experiência, está parada desde julho. Relata que a maioria das empresas oferece vaga temporária, sem mencionar valores. Avalia a oferta como arriscada, mas vê como uma oportunidade de efetivação.

“Precisamos tentar e dar o melhor para permanecermos na empresa”, fala Pâmela. Mesmo sem experiência na área de vendas, está confiante. Por menos de meio ano, atuou em indústria.

Projeção nacional

Nos últimos meses, o SPC Brasil e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas realizaram uma pesquisa com 623 empresários das 27 capitais. O resultado mostra que sete a cada dez empresas não aumentarão o número de contratações temporárias, se comparado ao ano passado. Porém 53% abrirão novas vagas neste ano. Ao todo, mais de 209 mil vagas são estimadas em 2014.

A amostra identifica que 37% das contratações devem ocorrer até novembro e apenas 7% em dezembro. Em média, cada empresa deve contratar três e quatro trabalhadores para reforçar o quadro. Neste ano, 32% das empresas pretendem efetivar pelo menos uma pessoa após o serviço temporário. Outro dado é quanto à contratação informal, que deve ocorrer em duas de cada dez vagas. O salário médio temporário deve ficar em R$ 935.

Perfil desejado

De acordo com o levantamento do SPC, as funções mais procuradas pelas empresas são de vendedor e balconista, representando 46%. Depois aparece de caixa (28%), garçom (245), estoquista e repositor (15%), auxiliar de limpeza (10%) e auxiliar de cozinha (6%).

Mais de 50% dos comerciantes e prestadores de serviço buscam pessoas dinâmicas. Outros 37% querem funcionários comprometidos, 26% com espírito de equipe e 25% comunicativoss.

A pesquisa identificou também a preferência por mulheres em vagas temporárias. Em geral, 60% dos contratantes buscam por profissionais de até 34 anos e, 89% aceitam pessoas com nível de escolaridade de Ensino Médio completo ou incompleto.

Admissões chegam a 1,5 mil

De janeiro a setembro deste ano, Lajeado gerou 1.508 vagas de emprego formal. No mesmo período de 2013, foram 32 a menos. Em todos os meses, o número de admissões foi maior que os desligamentos. Só no comércio, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged) indica o saldo de 414 contratações.

“Agosto foi o mês com o maior saldo (282) e junho de menor saldo (72)”, relata a técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Daniela Sandi. De acordo com ela, em junho o saldo caiu devido ao reflexo do menor número de dias úteis por conta dos jogos da Copa e feriado. Enfatiza ainda que o segundo semestre costuma ser mais favorável para o mercado de trabalho.

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