Câmara de Lajeado – Os parlamentares de situação demonstraram surpresa com o projeto de lei do governo municipal, que solicita autorização para decretar turno único entre servidores públicos e cargos de confiança. A proposta deve ir à votação na sessão da próxima semana. Intenção do Executivo é economizar durante o horário de verão.
Carlos Ranzi (PMDB) citou o fato da medida prever apenas redução da carga horária para menos de 30 horas. No entanto, o salário segue inalterado. “Há outras formas de economia, como por exemplo diminuir as diárias. Só neste ano forma gastos mais de R$ 95 mil.”
O vereador Delmar Portz (PSDB) também questiona. “Em 26 anos de vida pública, nunca vi um projeto como esse em Lajeado.” Ele demonstra preocupação com possíveis atrasos na liberação de alvarás e outros requerimentos. “Se hoje já ocorre atraso, imagina com menos tempo de atendimento.”
Para Waldir Gish (PP), o decreto precisa ser melhor analisado pelos vereadores. Ele questiona a possibilidade de alguns funcionários receberem horas extras após a implantação do novo horário. Ele falou também sobre gastos exagerados com lixo. “Pagamos R$ 2,3 milhões e agora se fala em diminuir turno.”
Segundo Sérgio Kniphoff (PT), vários prefeituras da região vão fazer isso. Para ele, se trata de uma situação normal que visa a economia. “Inclusive já foi feito em Lajeado.” A única dúvida, segundo ele, é em relação aos horários. “Alguns vereadores também se queixaram do termo decreto dentro da justificativa. Mas, é determinação do prefeito fazer isso”, salienta.
Os vereadores também questionam a proposta de convênio com o Hospital Bruno Born (HBB). Segundo o projeto, os R$ 700 mil destinados pela câmara ao Executivo para quitar dívidas com a instituição de saúde serão utilizados para pagar sete meses de serviços. O dinheiro serviria apenas para pagar os três meses atrasados. “Vamos ter que rever isso. O diretor do hospital ficou surpreso com isso. Ele confirma que o acordo não era esse e que dessa forma faltará recursos”, observa Lorival Silveira (PP).
Projetos aprovados
Os vereadores aprovaram abertura de crédito especial de R$ 12 mil e também a proposta de Carlos Ranzi, que torna obrigatória a divulgação, pela administração municipal, das planilhas de custo do serviço público de transporte coletivo. Outros dois projetos de lei foram retidos após pedidos dos vereadores.
