Lajeado – O Cemitério da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana Martin Lutero, do bairro Olarias, foi alvo de vândalos a duas semanas do Dia dos Finados. Presidente da comumidade, Laura Iraci Auler constatou danos em 30 túmulos de crianças.
A maioria é datada do início à metade do século passado. Estão próximos ao local do primeiro túmulo, de 133 anos. “É onde não tem muita visibilidade”, avalia.
Laura esteve no cemitério ontem. Encontrou lápides rachadas, vazos quebrados e cruzes de cimento no chão. Embalagens de faca foram espalhadas próximo ao banheiro, onde vândalos defecaram no chão, ao lado do vaso sanitário.
Não foi constatado furto. Vizinhos relatam ter ouvido baderna de sexta-feira para sábado, por volta das 11h até o início da madrugada. “Pensei que fosse uma festa”, disse um morador. A comunidade registrou boletim de ocorrência na Brigada Militar (BM).
Pastor da comunidade, Milton Schmidt lamenta que algumas famílias de fora do município encontrarão os túmulos depredados no feriado de 2 de novembro. “Muitos que moram longe vão se surpreender ao encontrar os túmulos nesse estado. É preocupante.”
Ele adianta que uma reforma na estrutura do cemitério será realizada nas próximas semanas. Entre as medidas, será instalado um portão, que será trancado à noite. “Esse vandalismo tem que parar.”
Em 2008 e 2010, o cemitério da Comunidade Evangélica de Cruzeiro do Sul também foi depredado. Segundo Schmidt, o vandalismo só terminou após reforma nas grades.
Moradores precisam ajudar
Segundo o comandante do 22º Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente-coronel César Augusto Pereira da Silva, não há como fazer operação para evitar vandalismo em cemitérios. Afirma que a comunidade deve auxiliar, acionando a BM assim que perceber movimentação estranha. “É algo cultural. As pessoas escutam a baderna, mas não verificam”, lamenta. “Às vezes pode ser até arrombamento na casa do vizinho. Não pode deixar acontecer e querer resolver depois.”
Vice-presidente da comunidade, Eliseu Sontag, afirma que a recuperação dos túmulos é de responsabilidade das famílias. O caso será investigado pela Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Lajeado. Essa é a segunda vez que o cemitério é alvo de vândalos. Há alguns anos, vários objetos de metal foram furtados.
