Consórcio assumirá o lixo dos municípios

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Consórcio assumirá o lixo dos municípios

Progresso cede área para centro de triagem. Licitação do serviço sai em fevereiro

oktober-2024

Vale do Taquari – Vereadores de Progresso autorizaram, nessa segunda-feira, a cedência de quase 12 hectares ao Consórcio Intermunicipal para Assuntos Estratégicos (Cipae-G8) pelas próximas duas décadas. As terras localizadas em Campo Branco concentrarão um centro de triagem e compostagem de resíduos sólidos dos oito municípios consorciados.

04De acordo com o prefeito da cidade, Edegar Antônio Cerbaro, edital para licitar o serviço deve ser lançado em fevereiro. Será montada equipe com 22 profissionais: gerente, auxiliar administrativo, vigia, contador, técnico, oito coletores, quatro catadores e cinco motoristas. A proposta é desenvolvida por meio do Plano de Resíduos Sólidos, exigido por legislação federal.

Para isso, a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) estinou pouco mais de R$ 5 milhões ao grupo, dinheiro já empenhado. A confecção do plano começou em 2011 e a entrega ocorreu em 20 de novembro do ano passado. “Agora partimos para a parte prática. Só restava a cedência dessa área para o G8”, observa o gestor.

A ação compreende o recolhimento do lixo nos municípios do consórcio. Hoje é hoje feita de forma individual por empresas terceirizadas. Em cada cidade, haverá ainda um ponto de entrega voluntária, destinado aos equipamentos não recolhidos das lixeiras, como sofás, lâmpadas, eletrodomésticos estragados ou pilhas.

Todos os resíduos serão levados até Progresso e separados. No local, haverá balanças para pesar a quantidade de materiais enviados por cada cidade. Os recicláveis serão vendidos e o recurso convertido para baratear o sistema. “Vamos reduzir os custos com deslocamento, sem falar no dinheiro que entrará da reciclagem”, aponta Cerbaro.

Aqueles considerados descartáveis, serão mandados para processamento em Minas do Leão ou Candiota. O envio deve ocorrer uma vez por semana. “Mas todo esse modelo começará assim que que as construções estiverem concluídas”, aponta Cerbaro.

Conforme diagnóstico da Lógica Gestão Ambiental, os oito municípios produzem 50 toneladas de lixo por ano. Com o plano o consórcio pretende, dentro de cinco anos, reduzir para dez toneladas anuais.

Cinco equipes farão a coleta

Segundo previsto pelo Plano, a equipe de recolhimento dos resíduos terá à disposição cinco caminhões coletores para percorrer os oito municípios. Para facilitar o acesso da população à entrega, o consórcio prevê a instalação de uma lixeira a cada quilômetro na zona rural. Para o centro, haverá uma a cada cem metros.

A coleta convencional – pela qual são recolhidos os resíduos domésticos – ocorrerá duas vezes por semana na área urbana. No interior, uma vez. Quanto ao lixo seletivo, as equipes irão uma vez por semana nos municípios, tanto no centro como no perímetro rural.

De acordo com o prefeito Cerbaro, o número de servidores previstos para o serviço, como a quantidade de caminhões, será suficiente. No entanto, caso ocorram entraves no andamento da atividade, podem haver readequações. “Tudo isso foi norteado pelos diagnósticos e podemos ajustar conforme a necessidade prática”, avalia.

Plano de saneamento

Em paralelo, os governos desenvolvem o Plano de Saneamento Básico (PSB), o qual deve ser entregue à Funasa até dezembro de 2015. A previsão é concluí-lo antes, em fevereiro. Para isso, o consórcio recebeu R$ 550 mil da entidade, valor destinado para a confecção de oito planos.

Nesta semana, foi concluído o terceiro dos 11 “produtos” estipulados pela Fundação. A etapa consiste em audiências públicas nos municípios. As próximas preveem, entre outras especificações, plano prognóstico, com a indicação de metas, ações, programas, sistemas de controle, cronogramas e indicadores de desempenho.

Até então, relatório apontou 39 amostras de água impróprias para consumo em 126 poços artesianos e 23 vertentes da região. A situação ocorre nos poços artesianos sem proteção sanitária, com livre acesso de animais em seu entorno. Com as chuvas, os dejetos acabam se infiltrando na terra até alcançar o lençol freático. Também decorrem de infiltrações nas paredes dos poços ou da proximidade com fossas.

Conforme o diagnóstico, nenhum dos oito municípios tem sistema integrado de coleta e tratamento dos esgotos domésticos. Em seis foram relatados casos de esgoto lançado diretamente em redes de canalização pluvial, em córregos ou mesmo em via pública. Apenas Sério e Forquetinha não apresentaram o problema.

Compostos por estruturas e instalações de transporte, retenção, tratamento e destinação das águas das chuvas, os sistemas de drenagem dos municípios apresentaram déficits que resultam em alagamentos e transbordamento de córregos. Também foram verificados pontos de estrangulamentos e tubulações com capacidade insuficiente.

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