Relatório aponta água contaminada no G8

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Relatório aponta água contaminada no G8

Do total de 126 poços artesianos, 39 estão contaminados, mostra plano municipal

Vale do Taquari – As audiências públicas do Planos de Saneamento Básico (PSB) realizadas pelos municípios integrantes do G8 encerraram na semana passada. O diagnóstico foi apresentado às populações de Boqueirão do Leão, Canudos do Vale, Cruzeiro do Sul, Forquetinha, Marques de Souza, Progresso, Santa Clara do Sul e Sério.

02O relatório apontou 39 amostras de água impróprias para consumo em 126 poços artesianos e 23 vertentes da região. O plano é elaborado pela Lógica Gestão Ambiental Inteligente. Segundo o relatório, todos os municípios do consórcio apresentaram deficiência na realização das análises mensais obrigatórias.

De acordo com um dos responsáveis pela empresa, Marco Daniel Hinterholz, 45 locais analisados não têm tratamento com cloro, o que descumpre as exigências do Ministério da Saúde. Nas amostras impróprias para consumo, foram encontrados coliformes e bactérias E. Coli. A presença dos micro-organismos representa contaminação da água por fezes.

De acordo com a química industrial Simone Schneider, a situação ocorre nos poços artesianos sem proteção sanitária, com livre acesso de animais no entorno. “Com as chuvas, os dejetos acabam se infiltrando na terra até alcançar o lençol freático.”

Também decorrem de infiltrações nas paredes dos poços ou da proximidade com fossas.

Segundo Simone, a situação pode ocasionar problemas de saúde. “São bactérias que causam infecções intestinais e urinárias, além de vômitos, diarreias e problemas estomacais.”

Conforme o diagnóstico, nenhum dos oito município possui sistema integrado de coleta e tratamento dos esgotos domésticos. Em seis foram relatados casos de resíduos lançados diretamente em redes de canalização pluvial, em córregos ou mesmo em via pública. Apenas Sério e Forquetinha não apresentaram o problema.

Drenagem e resíduos sólidos

Compostos por estruturas e instalações de transporte, retenção, tratamento e destinação das águas das chuvas, os sistemas de drenagem dos municípios apresentaram déficits que resultam em alagamentos, transbordamento de córregos. Também foram verificados pontos de estrangulamentos e tubulações com capacidade insuficiente.

Com relação ao plano de gestão de resíduos sólidos, apenas Cruzeiro do Sul realiza a coleta seletiva no perímetro urbano. Nos demais municípios do consórcio, a coleta convencional não foi considerada significativa.

Outro ponto destacado no relatório é o envio de resíduos para locais distantes. Os municípios encaminham rejeitos para Minas do Leão e Candiota, o que eleva os custos dos contratos. Conforme o relatório, a implantação da central de triagem e compostagem deve solucionar o problema. A estrutura é construída em Progresso e receberá os materiais coletados nas oito cidades.

Os municípios produzem por ano 50 toneladas de lixo. A intenção é, em cinco anos, reduzir para dez toneladas anuais. Estima-se que 37% dos resíduos recolhidos são recicláveis. Serão investidos R$ 5 milhões no plano de resíduos sólidos do consórcio. Além da central, o investimento inclui a construção de galpões e a compra de máquinas e materiais. O recolhimento será terceirizado.

Drenagem e resíduos sólidos

O diagnóstico faz parte da elaboração dos PSBs dos municípios. A empresa contratada elabora o plano prognóstico, com a indicação de metas, ações, programas, sistemas de controle, cronogramas e indicadores de desempenho.

Criada em 2007, a Lei do Saneamento obriga as administrações municipais a elaborar seus planos municipais sob pena de ficarem impedidas de receber recursos federais. O prazo para a conclusão dos estudos era dezembro de 2014.

Em maio, o governo federal prorrogou o prazo para dezembro de 2015, sob alegação de que 90% das cidades ainda não haviam elaborado o PSB.

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