Homem é morto a tiros no centro antigo

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Homem é morto a tiros no centro antigo

Crime é o 31º do ano na cidade. Polícia investiga possível envolvimento com drogas

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Lajeado – Um dos principais pontos turísticos da cidade foi palco de mais um assassinato. No início da tarde de ontem, Carlos Eduardo Cardoso, 24, conhecido como “Boy”, morreu após ser alvejado por disparos de arma de fogo. O crime ocorreu na esquina das ruas Osvaldo Aranha e João Abott, próximo ao belvedere do Rio Taquari.

01“Boy” recebeu pelo menos três tiros na altura do pescoço e da cabeça. A Polícia Civil (PC) encontrou pelo menos sete cápsulas entre a calçada e a ciclovia. A cena do crime está distante pouco mais de 200 metros de uma escola infantil. Vizinhos ouviram diversos disparos. O autor, conforme testemunhas, teria deixado o local caminhando. Havia alguns usuários de drogas próximos no momento do crime.

Populares chamaram o Samu. A equipe, quando chegou ao local, encontrou “Boy” morto. Testemunhas foram ouvidas pela equipe de investigação, assim como alguns familiares que chegaram logo após. A vítima cumpria pena no regime semiaberto do Presídio Estadual de Lajeado. Tinha antecedentes criminais por posse de entorpecentes, roubo de malotes e a estabelecimentos comerciais. Também tinha passagem por tráfico de drogas.

Segundo informações, “Boy” já foi vítima de tentativa de homicídio e também teria tentado cometer crime semelhante. Próximo ao cadáver, a PC localizou um casaco que pode ter sido deixado pelo criminoso. A Brigada Militar (BM) realizou buscas no local e em alguns bairros vizinhos. Conforme o delegado, Silvio Huppes, não há suspeitos até o momento. Ele apenas adianta que são fortes os indícios de crime relacionado ao uso ou tráfico de drogas.

Este foi o 31º homicídio registrado em Lajeado. Este é o ano mais violento da história do maior município do Vale. Apesar disso, a PC trabalha de forma efetiva para tentar elucidar os crimes. Até o momento, mais de 70% dos homicídios foram solucionados, resultando na prisão de suspeitos. O índice de elucidação está acima da média estadual e federal.

Crimes no centro histórico

A audácia do criminoso que atirou pelo menos sete vezes na vítima em plena luz do dia já parece normal para alguns moradores. O fato de ter ocorrido em um dos principais pontos turísticos do município já não surpreende. “Tá sempre cheio de mau elemento aqui”, diz um idoso que costuma caminhar pelo local.

No ano passado, um homem foi morto e jogado na barranca do rio. Em 2011, ao lado da creche, um crakeiro morreu após ser golpeado com um punhal em uma disputa por um cachimbo. Há anos persistem reclamações por parte de moradores. A falta de iluminação e o abandono de alguns trechos da ciclovia contribuem para presença de usuários de drogas no local.

A BM realiza constantes rondas no local. Mas nem isto costuma inibir os crackeiros. A falta de grades ou outros dispositivos que evitem o uso das muretas foi promessa da administração municipal passada, mas o projeto nunca saiu do papel. Há também um recente plano de recuperação da orla, apresentado em agosto pela Univates. Mas ainda depende de verbas.

A empresária, Fernanda Tavares, que mora na rua Osvaldo Aranha, resume o sentimento. “Lamentável que este local histórico esteja assim.” Ela trabalhava em casa quando ouviu os disparos. Imaginou ver pessoas correndo quando foi até a sacada tentar entender os estrondos. No entanto, se surpreendeu quando viu apenas uma senhora caminhando calmamente, como se nada tivesse acontecido. “A vida segue. Muito triste”, resume.

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