Vereadores querem mais participação

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Vereadores querem mais participação

Suposta saída do PMDB do governo de Lajeado é rechaçada pelo diretório municipal

Lajeado – O desgaste na relação entre o Executivo e os vereadores do PMDB pode provocar ruptura na coligação. Ainda que a saída do governo não esteja confirmada, a executiva do segundo partido mais influente na administração é dada como certa por alguns integrantes.

01Um deles que deseja o fim da parceria com o PT é o presidente do Legislativo, Djalmo da Rosa. Apesar de integrar a situação, o peemedebista seguidamente critica o governo do prefeito Luís Fernando Schmidt na câmara.

Para ele, o PMDB deve deixar o governo. “Nosso partido não é consultado para a tomada de decisões”, justifica. Segundo ele, a falta de diálogo com os parlamentares mostra uma postura autoritária do Executivo. “Os projetos vêm prontos e querem que a gente acate sem discutir. Isso eu não vou fazer.”

Conforme a presidência da sigla em Lajeado, a executiva pretende se reunir após as eleições para tratar de como corrigir a interlocução entre Executivo e Legislativo. De acordo com o presidente do PMDB na cidade, Celso Cervi, essa falta de diálogo é responsável pela posição crítica dos vereadores, em especial dos parlamentares Carlos Ranzi e do próprio Djalmo da Rosa. “Queremos que os projetos sejam debatidos com os vereadores. Que eles participem da elaboração dos textos. Não que chegue o pacote pronto para ser votado.”

Sobre a possibilidade de o PMDB abandonar o governo, Cervi garante que isso é pouco provável. “Não discutimos isso. Só iniciaremos essas tratativas se esgotada todas as possibilidades de acerto.”

O presidente ressalta que em nenhum momento houve pedido de mais cargos ou secretarias para o PMDB. Segundo ele, tudo o que foi acertado em termos de secretarias municipais e cargos comissionados foi cumprido.

Hoje, o PMDB responde por três secretarias, com Adi Cerutti (Obras), Ricardo Giovanella (Agricultura) e Nelson Noll (Administração). O número de CCs se aproxima de 40.

“Somos chamados só para tapar buracos”

Para o vereador Carlos Ranzi, o secretário de Governo, Auri Heisser, não é a pessoa ideal para ser o responsável pela interlocução com o Legislativo. “Com ele não há diálogo. Nosso descontentamento é real, mas a saída do PMDB não está certa”, diz.

O parlamentar enumera alguns projetos que chegaram à câmara com urgência e imposição para serem aprovados. Entre eles, o contrato com a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV) para administrar a UPA e o aditivo de R$ 1,2 milhão para o estaqueamento no terreno onde serão construídos apartamentos populares para famílias carentes, no bairro Santo Antônio.

Na opinião de Ranzi, é possível corrigir esses atritos na relação entre os poderes. Segundo ele, com mais influência dos vereadores na tomada das decisões, alguns problemas podem ser evitados. Como por exemplo, cita o contrato com o HBB. Sem pagamento desde julho, o Legislativo confirmou envio de R$ 700 mil para a Secretaria de Saúde pagar os atrasos. “Somos chamados só para tapar buracos.”

A reportagem tentou contato com o secretário Heisser. No entanto, ele estava com problemas de saúde, o que lhe impossibilitou de conceder a entrevista.

Surpresa no Executivo

A possibilidade de rompimento com o PT é rechaçada por peemedebista integrantes do governo. “Essa afirmação me pegou de surpresa”, diz o secretário Adi Cerutti, que realça o compromisso firmado com o prefeito Schmidt. Segundo ele, a saída do PMDB não passa de boatos.

O vice-prefeito Vilson Jacques reforça a posição de Cerutti. De acordo com ele, a relação dentro do governo é harmoniosa. “Não há rompimento, nem reunião marcada para avaliar a permanência ou não no Executivo.”

Jacques afirma que o partido quer estreitar relações com o PT no município. Por outro lado, admite alguns percalços na relação com demais integrantes do PMDB. “Talvez tenhamos de envolver mais o partido. Não só o vice-prefeito, os secretários. Talvez por isso haja reclamação.”

Ele desconsidera qualquer hipótese de o PMDB deixar o governo. “Temos uma relação próxima e queremos aparar as arestas com alguns membros descontentes.” Na avaliação dele, os dois partidos são próximos por defenderem políticas voltadas à igualdade social, por isso não devem se afastar. “Temos de continuar juntos. Perdemos outras eleições por olhar só para o nosso umbigo.”

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