Rede coletora da Corsan está 70% concluída

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Rede coletora da Corsan está 70% concluída

Obra deveria ter sido finalizada em abril de 2013. Custo é de R$ 4,4 milhões

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Lajeado – A conclusão da nova rede coletora de esgoto nos bairros Florestal e Moinhos tem novo prazo. Conforme a superintendência regional da Corsan, a instalação deve ser finalizada até o próximo mês. Hoje, com 70% dos serviços concluídos, a obra completa um ano e cinco meses de atraso. Falta de pagamentos, problemas de mão de obra das empresas contratadas e pouca fiscalização por parte da estatal colaboraram para a demora.

03Conforme o superintendente da Corsan na região, Lutero Fracasso, dos nove mil metros de tubulações previstos, 5.828 estão concluídos. Ele demonstra receio no momento de estipular o prazo para entrega, e reconhece as dificuldades enfrentadas pelas empresas contratadas. Pelo contrato, a estatal tem pouco mais de um mês para finalizar 30% do total da rede, após demorar mais de dois anos para concluir 70%.

As reclamações persistem. Demora na conclusão das ruas e falta de qualidade no recapeamento das vias preocupam. A empresa contratada chegou a reclamar de atrasos nos repasses da estatal. Em março deste ano, moradores da rua Sete de Setembro ameaçaram bloquear a via até que a Corsan garantisse uma solução para os buracos abertos no asfalto. “Além das chuvas, há problemas com falta de mão de obra para este tipo de obra”, comenta Fracasso.

O secretário de Obras (Sosur), Adi Cerutti, demonstra impaciência. “Nenhuma rua nos foi entregue com a mesma qualidade em que estava antes das obras da Corsan iniciarem.” Segundo ele, há um acordo pelo qual a Corsan se compromete a avisar o Executivo sempre que forem finalizados serviços em determinadas vias. Até o momento, nenhum aviso foi emitido pela estatal. “É um caos esse serviço realizado por eles”, endossa.

Adi garante que a administração segue cobrando a estatal por melhor qualidade nos trabalhos. Também descarta custear problemas verificados nas vias após o início das obras da Corsan. “Não vamos gastar um real. Estamos bastante preocupados com a situação. Em alguns pontos, existem valetas em meio a avenidas”, comenta. Fracasso reitera que a companhia também cobra das empresas terceirizadas. “Os problemas são notórios, mas é óbvio que estamos sempre cobrando.”

De acordo com o contrato, a ligação das tubulações de esgoto à ETE está prevista em 17 ruas e três avenidas. Com o investimento, serão beneficiados cerca de quatro mil moradores. Objetivo é aumentar de 0,9% para 7% o percentual da população atendida. O serviço iniciou em novembro de 2012 pela empresa Esac Empreendimento de Mão de Obra.

Com dificuldades, a Urbanizadora CB e Filhos foi chamada para auxiliar na conclusão do empreendimento.

ETE segue ociosa

Com capacidade para movimentar oito litros por segundo, a estação do bairro Moinhos trata apenas um litro por segundo de esgoto. São 295 economias interligadas na estrutura, cuja capacidade prevê o tratamento dos efluentes domésticos de mais de duas mil moradias. Conforme o gerente local da Corsan, Lúcio Dias, algumas residências estão incapacitadas de receber a rede por “problemas técnicos”.

Há também uma parcela de moradores que não se interligaram à rede. Apesar de trabalhos de conscientização realizados pela estatal, município e Ministério Público (MP), não há até o momento qualquer legislação que obrigue os proprietários de imóveis a tratarem o esgoto por meio da estação de tratamento. Por diversas vezes, a ex-secretária de Meio Ambiente, Simone Schneider, anunciou a viabilização dessa lei. Mas nada foi feito.

O atual governo confirma a possibilidade e disponibilidade de retomar a discussão, por meio da Secretaria de Planejamento (Seplan) e da Assessoria Jurídica. A intenção é conversar com a equipe da Corsan para planejar a melhor forma de garantir o tratamento de todas as residências. A secretária Marta Peixoto e o assessor jurídico Edson Kober se colocaram à disposição para este debate, que também poderá abranger a comunidade.

Sequência de promessas evasivas

O investimento de R$ 4,4 milhões da estatal foi anunciado com pompas na cidade. No dia 17 de abril de 2012, o diretor-presidente da Corsan, Arnaldo Dutra, anunciava o início da instalação da rede de tubulações. A previsão era finalizar em até um ano a ligação de 1,1 mil moradias com a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do bairro Moinhos.

Dutra também anunciou a construção, a partir de abril de 2013, de uma nova estação de tratamento no bairro Alto do Parque, que custaria em torno de R$ 5 milhões. O presidente ainda comentou sobre planejamentos da estatal. Entre eles, atingir, até 2016, 50% de esgoto tratado na área de abrangência da Corsan na cidade.

Nada foi cumprido. A rede coletora segue em obras após um ano e cinco meses do vencimento do prazo final anunciado. Já a nova estação prevista para ser iniciada em abril de 2013 sequer tem estudos técnicos, e a estatal não sabe precisar se existe, hoje, previsão de uma nova ETE em Lajeado. A intenção de tratar 50% dos efluentes domésticos até 2016 também está distante. Faltando menos de dois anos para vencer este prazo, apenas 0,9% do esgoto é tratado.

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