Ideb aponta avanços e carências da educação regional

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Ideb aponta avanços e carências da educação regional

Índice demonstra queda de rendimento nas Séries Finais do Ensino Básico e melhoria no desempenho dos alunos de 4° e 5° anos

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Vale do Taquari – A região apresentou notas acima da média nacional no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado na última sexta-feira. Porém, apenas três municípios do Vale alcançaram as metas estabelecidas pelo MEC em ambas as faixas etárias verificadas.

04O índice é referente ao ano de 2013. Os melhores resultados foram obtidos entre nos 4° e 5° anos, nos quais 19 cidades alcançaram a meta. Houve avanço em comparação ao resultado de 2011, em que 12 municípios atingiram o objetivo.

Já nos anos finais do ensino básico os resultados foram piores em relação ao levantamento anterior. Apenas cinco cidades chegaram ao índice estabelecido pelo MEC, contra 11 em 2011. Os dados levam em conta as notas obtidas em escolas das redes municipal e estadual.

Melhores avaliações

Mato Leitão é o município melhor avaliado pelo Ideb. Para a secretária de Educação, Cultura e Desporto, Edelvani Maria Loeblein, os resultados são positivos, mas não correspondem ao ideal. “Queremos chegar a médias acima de 7 ou 8 pontos”, garante.

Segundo Edelvani, a boa avaliação é consequência do investimento na área e em fatores culturais e sociais. Em 2013, ano em que as avaliações foram realizadas, 32% do orçamento do município foi destinado à educação. “O trabalho na educação não é apenas das escolas e gestores. As famílias têm um papel fundamental”, ressalta. Ela lembra que o IDH do município, de 4,1 mil habitantes, é classificado como alto pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A rede pública da cidade atende 910 alunos e tem merenda e transporte escolar municipalizados. Escolas municipais oferecem turno integral, o que para a secretária garante tranquilidade para os pais. “É a garantia de que os filhos serão bem cuidados enquanto estiverem trabalhando”, diz. Outro fator determinante é a exigência de cursos superior para os professores da rede municipal. “Ao menos a metade tem curso de pós-graduação”, afirma Edelvani.

A cidade é sede da Escola Poncho Verde, terceira melhor avaliada no Estado nas séries finais e que obteve nota 7 na avaliação dos 4° e 5° anos. Para a diretora Véra Bohn, tais resultados são alcançados por meio de gestão compartilhada integrando professores, alunos, funcionários e pais.

Em função do número de alunos, não foi mensurado o Ideb do Ensino Médio. A diretora acredita que os índices estariam acima da média estadual, uma vez que os resultados da escola no Enem são sempre bons.

A Poncho Verde tem 430 alunos matriculados, 30 professores e oito funcionários. Os investimentos em infraestrutura seguem avançando. Neste ano, duas novas salas de aula serão construídas, em obra que incluirá adequação da cozinha, refeitório e biblioteca.

Outros destaques

Além de Mato Leitão, Paverama e Fazenda Vilanova também alcançaram as metas nas duas faixas avaliadas pelo MEC. De acordo com a coordenadora regional de Educação, Marisa Wickert Bastos, os municípios melhor avaliados já apresentavam bom desempenho nas avaliações anteriores e seguem avançando.

Entre eles está Nova Bréscia, com nota 6,8 nas séries iniciais. Para a secretária de Educação e Cultura, Marijane Teresa Rockenbach, o resultado é fruto de investimento na Educação Infantil, na formação dos professores e monitores de escola e no atendimento em turno integral.

“As professoras são orientadas a trabalhar desde a Educação Infantil com projetos pedagógicos, isto faz com que a criança construa seu próprio conhecimento”, destaca. Segundo ela, o conhecimento científico e a realidade espontânea da criança devem fazer parte da interdisciplinaridade do ensino. Ela afirma que a administração investe mais de 27% na educação. “Sabemos que este é o caminho para a construção da cidadania e o desenvolvimento do município”, ressalta.

Déficit nos anos finais

Apenas cinco municípios da região atingiram as metas para os anos finais do ensino básico, apesar de 16 terem obtidos notas superiores em relação à 2011. Cruzeiro do Sul, Encantado, Progresso, Putinga e Sério tiveram desempenhos piores. Mesmo dentro da meta, Fazenda Vilanova também teve nota menor em 2013 com relação a 2011.

Para a coordenadora regional de Educação, Marisa Wickert Bastos, nos três municípios de pior avaliação é necessária uma melhor articulação nas redes de ensino. “Temos que realizar um trabalho conjunto com maior foco na aprendizagem”, enfatiza.

De acordo com a secretária de Educação e Cultura de Cruzeiro do Sul, Aline Dullius, o resultado é causado, em parte, pela dificuldade de aprendizagem. “De três a cinco alunos por sala de aula apresentam algum tipo de problema”, afirma.

Segundo ela, grande parte dos alunos da rede pública é proveniente de famílias de baixa renda. “O professor adapta o currículo para os alunos que têm laudos médicos detalhando as dificuldades de aprendizado, mas nem todos têm acesso à atenção médica devido à condição social”, frisa.

Aline ressalta que a administração contratou profissionais para tentar reduzir a disparidade entre os alunos. Consolidada neste ano, a equipe tem duas fonoaudiólogas e psicóloga, além de duas professoras com especialização em Psicopedagogia que atuam no laboratório de aprendizagem.

Melhora avaliação de escolas estaduais

Na avaliação da coordenadora Marisa, houve melhora significativa no índice do Estado desde que o Ideb foi criado, em 2005. “Saltamos 8 pontos no ranking nacional, passamos do 10º lugar para o 2º lugar”, afirma.

No nível médio, o Rio Grande do Sul aparecia em 11º lugar em 2011, passando para a segunda colocação em 2013. “Nas disciplinas de Português e Matemática, considerando a avaliação de proficiência estamos em 1º”, afirma.

Segundo Marisa, considerando a média das escolas estaduais, houve crescimento em todos os níveis. Nas séries iniciais, o avanço foi maior e a meta foi superada. “Mesmo nas séries finais a rede estadual melhorou tanto no Estado quanto na região”, destaca.

A reestruturação curricular nas séries iniciais e o Ensino Médio Politécnico estão entre os motivos apontados pela coordenadora para a melhora no desempenho. “Também tivemos a política de formação profissional permanente, melhoria na infraestrutura das escolas”, diz.

Marisa destaca ainda o trabalho pedagógico desenvolvido por todos os integrados com a educação nas escolas, nas coordenadorias e na Secretaria Estadual de Educação, além dos investimentos no setor.

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