Imigrante – Morreu ontem de manhã, aos 84 anos, o empresário Karl Hassmann, fundador de Metalúrgica Hassmann. O empreendedor foi um dos primeiros moradores daquele então vilarejo. A maior geradora de impostas da cidade foi responsável direta pela emancipação política do município.
Nascido no dia 18 de outubro de 1930, era casado com Elka e teve dois filhos. O velório ocorreu durante o dia, seguido do sepultamento às 17h30min no cemitério comunitário. Centenas de pessoas compareceram.
Karl fundou a empresa em 1º de outubro de 1955. Inicialmente a Hassmann dedicava-se a pequenos consertos, manutenção de equipamentos agrícolas, fabricação de carrinhos de mão, peças de reposição para as indústrias locais (que na época eram incipientes). Depois passou a fabricar aberturas metálicas para janelas e portas.
Os principais negócios conquistados na época eram provenientes das igrejas católicas, das construções de hospitais, colégios e faculdades, como a PUC, de Porto Alegre, que teve as janelas e as fechaduras fabricadas pela empresa. Na década de 1960, iniciou a produção de parafusos.
Karl ocupava o cargo de presidente do conselho de Administração. No comando da indústria estão os filhos Carlos (diretor administrativo e comercial) e Peter (diretor industrial), e os netos Letícia e Augusto. O filho de Karl, Carlos Hassmann, foi o primeiro prefeito.
O impacto da notícia mudou o cotidiano da pequena cidade. Funcionários saíram mais cedo para prestar as últimas homenagens ao empresário. A metalúrgica tem 300 funcionários e processa por mês em torno de mil toneladas de aço. O faturamento chega a R$ 120 milhões.
Funcionário do setor administrativo, Sílvio Gartner, começou na empresa em 1974. “Era uma pessoa capaz.” O prefeito Celso Kaplan decretou luto oficial de três dias no município. “A história da cidade se passou pela metalúrgica” afirma.
Empreendedor nato
Para o neto, Augusto Hassmann, 22, o avô austríaco era muito técnico, inteligente e com forte espírito empreendedor. Segundo ele, a metalúrgica foi fundada em um lugar com pouco acesso e muitas dificuldades foram enfrentadas assim que a inflação atingiu seus níveis altos na época do Collor. “Meu avô era durão, que escondia para si os sentimentos e queria ficar com a família. Um líder nato e indiscutível.”
A família montou um “hospital em casa”, onde Karl Hassmann morreu, seis semanas depois do diagnóstico. Fulminante, o câncer de pulmão lhe tirou o apetite e o enfraqueceu ainda mais. O empreendedor que fez a história da cidade deixa um legado não só à família, mas à comunidade.
