Vale do Taquari – O hábito de acelerar depois de passar por radar pode resultar em autuação na BR-386. A partir de hoje, o trecho da rodovia que passa no Vale do Taquari integra a Operação Hermes, que utiliza aparelhos em sequência para reduzir o número de acidentes causados por excesso de velocidade.
A operação iniciou nas rodovias federais da Região Metropolitana. De acordo com o chefe de operações da PRF Lajeado, Leandro Wachholz, a medida trouxe resultados, como a diminuição do número de infrações e acidentes.
Em dois dias de fiscalização, cerca de 1,5 mil veículos foram flagrados acima do limite de velocidade. Na segunda-feira, primeiro dia da operação, ocorreram 999 autuações. Na terça-feira, o número reduziu para 538, o que, para a PRF, demonstra a eficiência da medida.
Conforme Wachholz, a operação tem caráter educativo. “Não temos a intenção de punir e sim conscientizar os motoristas de que não adianta respeitar as regras apenas onde há fiscalização”, afirma.
De acordo com a PRF, a medida foi adotada devido ao número de mortes nas rodovias gaúchas, que teria aumentado 10% em relação ao ano passado. Para conter os abusos, são colocados entre dois e quatro radares em sequência, com distância máxima de 20 quilômetros entre eles.
Em todo o Estado, serão empregados entre 12 a 14 radares por dia, o que garantiria a cobertura diária de três rodovias. Entre os aparelhos usados, estão os equipados com câmera e sistema de leitura a laser, capazes de flagrar veículos a até um quilômetro de distância.
A operação deve seguir até o fim do ano. Segundo Wachholz, haverá avaliação periódica dos resultados para verificar a eficiência da estratégia.
Dobram autuações por sinal de luz
Outro comportamento averiguado é o sinal de luz para avisar aos outros motoristas a presença de radares ou blitze. Nos primeiros dois dias de autuação, 60 condutores foram flagrados cometendo a infração, número duas vezes maior do que a média no Estado.
Segundo a PRF, a presença de mais de um ponto de fiscalização em sequência facilita os flagrantes. Para Leandro Wachholz, a conduta é reprovável e pode trazer consequências. “Avisar outros motoristas sobre a presença da polícia é perigoso para todos os demais condutores”, avalia.
Segundo ele, além de avisar motoristas que abusam da velocidade, a prática também auxilia bandidos a escaparem das blitze. “Tem vezes que o motorista avisado passa pela fiscalização e volta a trafegar em alta velocidade, colocando a própria vida, e a de outras pessoas, em risco.”
No Código de Trânsito, a infração é considerada média e tem como pena multa de R$ 85, com perda de quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Principais ocorrências
Nos dois primeiros dias da operação, chamaram a atenção casos como o de um motorista autuado duas vezes na BR-290. No primeiro radar, foi flagrado a 132 km/h. No segundo, a 120km/h.
A maior velocidade registrada foi de veículo a 161km/h. Ao ser abordada pelos policiais, a condutora alegou estar atrasada. Ela levava a cachorra de estimação para uma cirurgia. Em outra ocorrência, uma Kombi foi flagrada a 120 km/h em trecho onde o limite é de 80 km/h.
A orientação da PRF é abordar os motoristas envolvidos nos casos mais graves. Além das multas por excesso de velocidade e sinal de luz, mais de 50 motoristas foram autuados por ultrapassarem em local proibido nos primeiros dois dias de operação.
O que diz a lei
Dirigir em velocidade 50% acima da máxima permitida para a rodovia resulta na perda de sete pontos da CNH, multa de R$ 574,56 e suspensão do direito de dirigir. Uma vez suspensa, a carteira ficará apreendida na unidade de trânsito pelo prazo mínimo de um mês e máximo de 12 meses, ou, no caso de infratores reincidentes, em um período de 12 meses, pelo prazo de seis a 24 meses. Cumprido o período, o motorista deverá passar por aulas de reciclagem em um CFC.
Para aqueles que infringiram a norma – abaixo dos 50% – a punição varia de R$ 85,12 (com perda de quatro pontos na CNH) e R$ 127,68 (cinco pontos).
