Arroio do Meio – Escoras de madeira e uma espia de metal sustentam a caixa de luz, na residência do marceneiro Luís Carlos Jung. A estrutura teve parte arrancada há quatro meses, quando dois postes da rua caíram durante vendaval. O conserto deveria ocorrer em duas semanas.
A família e vizinhos da rua Almiro Hendges ligaram pelo menos cinco vezes para a a AES Sul, pedindo os reparos nos cabos de sustentação e a troca de pelo menos um dos postes, podre e com rachaduras. “Temos medo que caia sobre as casas. É perigoso”, diz Jung.
Outros moradores dos bairros São Caetano e Aimoré também criticam os serviços prestados pela concessionária. A dona de casa, Terezinha Vasco, relata o conserto paliativo de postes, com a colocação de escoras ou anéis de metal. “Se cair queima tudo dentro de casa”, teme.
Outra reclamação é quanto ao preço pago pelos consumidores. Para a comerciante Marciane Fleck, do bairro Aimoré, faltam investimentos da AES Sul como retorno às taxas pagas. Na rua onde trabalha, aguarda pela troca de três postes há pouco mais de três anos. Na época, uma pessoa morreu nas redondezas, atingida por um poste de luz que se partiu.
AES Sul estipula troca gradativa
Segundo a AES Sul, a substituição de postes ocorre de forma gradativa. Desde 2001, relata a troca de 340 unidades de alta tensão em Arroio do Meio, com previsão de mais 650.
A concessionária enfatiza que não há lei obrigatória quanto à substituição de postes de madeira pelos de concreto. Mesmo assim, menciona a busca pela padronização, devido à durabilidade. A empresa alega um planejamento específico, com pelo menos 35% do serviço já feito em todas as cidades de abrangência.
No plano geral consta como meta a troca de 30 mil e 40 mil postes por ano nos 118 municípios atendidos. De 2009 a 2013 foram substituídos 156 mil postes. Relata o investimento de R$ 1,1 bilhão até 2018. A empresa não apresentou cronograma específico de cada cidade.
