Índios pressionam o governo por quiosque

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Índios pressionam o governo por quiosque

Para tentar agilizar trâmite, caingangues instalaram tenda de artesanato no centro

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Lajeado – O impasse sobre a destinação de um quiosque para os índios caingangues venderem artesanatos na cidade ganhou um novo episódio. Após serem proibidos pelos produtores rurais de ficarem na feira e de o município não aceitar as condições para colocação da estrutura no Parque Professor Theobaldo Dick, os indígenas colocaram uma tenda na maior rua comercial da região, a Júlio de Castilhos.

01De acordo com o cacique da tribo Foxá, Gregório Antunes da Silva, a decisão foi tomada para chamar atenção do poder público para cumprir o acordado nas reuniões. “A gente não tem lugar para vender, e vimos que o município fez pouco para escolher um local para nosso quiosque.”

Desde o ano passado, Executivo, Judiciário e a tribo tentam chegar a um acordo. Em setembro de 2014, os índios invadiram um ponto da ERS-130, próximo da rodoviária de Lajeado, no bairro Montanha.

Como o ponto integra a faixa de domínio sob responsabilidade da EGR, a administração municipal assumiu o compromisso de construir o quiosque nas imediações da aldeia, que fica entre os bairros Jardim do Cedro e Santo Antônio.

A secretária de Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sthas), Ana Reckziegel, desconhecia a demanda dos índios. “Para nós estava resolvido, que eles ficariam na aldeia.” Por outro lado, admite que o projeto de melhorias no local ainda não começou. Pela proposta, o município ficou de construir um novo salão comunitário, adaptar os banheiros e arrumar o quiosque.

Sala de aula improvisada

O antigo salão da tribo precisou ser demolido devido às más condições. “Estava arriscado ficar ali dentro”, diz Silva. O local servia de sala de aula para as crianças indígenas. Sem um espaço apropriado, os índios transferiram as atividades para uma casa. “A escola está improvisada”, frisa.

Na aldeia da tribo Foxá, moram 15 famílias. São em torno de 78 pessoas. O sustento dos caingangues parte de duas fontes de renda. Primeiro, o auxílio do governo federal pelo Bolsa Família. O outro é a venda de artesanato.

Os índios vivem entre os bairros Santo Antônio e Jardim do Cedro desde 2005. Na época, a Procuradoria Estadual da República determinou o modelo de construção das casas, exigindo estrutura com água e luz.

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