Lajeado – Comerciantes se mobilizam por mais segurança. Os arrombamentos e furtos recorrentes preocupam. Foram 14 casos neste mês e mais de 300 no ano. Em apenas uma das quadras do centro, seis vitrinas foram quebradas em 2014.
O caso mais recente ocorreu na madrugada de terça-feira, a duas quadras da Delegacia de Polícia e a quatro do quartel da BM. Era perto da 1h, quando dois homens arremessaram lajotas da calçada contra uma das vitrinas da loja de roupas situada na esquina da av. Benjamin Constant com a rua Alberto Torres.
Guardas da vizinhança perceberam a movimentação e chamaram a polícia. A dupla foi detida nas imediações da quadra, portando a gaveta do caixa, com cerca de R$ 150, e camisas. Identificados como Paulo Ricardo Maciel, 22, “Tatu”, e Marcel Vitt Portin, 28, “Seco”. Ambos prestaram depoimento do flagrante na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) e foram encaminhados ao presídio de Lajeado.
Seco havia sido preso um dia antes, suspeito de furtar produtos em um supermercado do centro. Sem flagrante, acabou liberado.
Gerente da loja arrombada, Jonas da Chaga Machado, questiona a falta de eficiência da polícia. “Em menos de 15 dias estão soltos de novo.” Relata a constante insegurança da categoria, mesmo com a instalação de câmeras de vigilância e alarmes.
Quanto aos prejuízos, calcula o gasto de R$ 1,5 mil mesmo com seguro. Esse foi o primeiro furto ocorrido na loja. Em outras situações, houve apenas a tentativa de arrombamento da porta frontal.
“A gente se sente refém dos bandidos”
Preocupados com a situação, lojistas pedirão apoio à BM e ao município, na busca por alternativas de mais segurança. Entre os pedidos, querem a agilidade da instalação de câmeras de monitoramento.
A comerciante Jaqueline Schmitz teve a loja de roupas e acessórios arrombada quatro vezes em 40 dias. Os prejuízos passaram de R$ 2 mil. Mesmo com grades e alarme, relata a constante insegurança. “A gente se sente refém dos bandidos.”
Pede mais monitoramento da BM na av. Benjamin Constant, um dos principais acessos da cidade. Demonstra revolta pela reincidência dos casos e falta de punição.
Mesmo sentimento citado pela lojista Ana Lúcia Rockenbach. A loja de brinquedos aberta há cinco anos já soma seis arrombamentos. O último ocorreu há 15 dias, com quebra da vitrina lateral. Sem retorno imediato da polícia, investe na ampliação das câmeras particulares.
BM busca alternativas
Comandante do 22º BPM, o tenente-coronel César Augusto Pereira da Silva, relata a constante trabalho do grupo na apreensão imediata dos suspeitos, a partir das informações recebidas. Cita a realização de 66 prisões neste mês, envolvendo diversos crimes.
Mesmo assim, reconhece que a legislação é falha muitas vezes. “A situação nos preocupa também.” Sugere aos lojistas o uso de grades à noite e recolhimento de produtos que chamem muita atenção na vitrina.
Liga a maioria dos crimes ao uso de drogas. Para inibir os casos busca por projetos de prevenção, como a Brigada Mirim. O grupo aguarda por patrocinadores para iniciar as turmas.
Ao mesmo tempo, relata a espera pela instalação do sistema de videomonitoramento na cidade. Com o controle das imagens das 16 câmeras iniciais, projeta uma fiscalização mais ampla e ininterrupta por diversas ruas.
Na espera
Desde o ano passado, o município busca pela implantação de câmeras de monitoramento pela cidade. Até então, 11 equipamentos foram conseguidos com o auxílio de entidades, Legislativo e Executivo. Cada um com o custo de R$ 25 mil. Mais cinco câmeras antigas serão recuperadas.
A instalação da fibra óptica deveria iniciar no mês passado. Porém, falta a definição dos pontos estratégicos e o aval da AeS Sul para o uso dos postes.
O secretário de Segurança Pública, Gerson Teixeira, projeta o funcionamento do sistema até o fim do ano. A proposta inicial garante a cobertura da área central de forma ininterrupta. Teixeira não descarta a inclusão de novos pontos em outros bairros nos próximos anos.
