Lajeado sugere nova ponte sobre o Forqueta

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Lajeado sugere nova ponte sobre o Forqueta

Acidentes e excesso de fluxo sobre estrutura de ferro e madeira motivam encontro

Vale do Taquari – A possibilidade de construir nova ponte sobre o Rio Forqueta entre Lajeado e Arroio do Meio começa a tomar forma. Representantes dos governos municipais devem se reunir nas próximas semanas para analisar a ideia. Aumento do fluxo de veículos que evitam a ERS-130 preocupa gestores. Acidente com morte na semana passada reforça necessidade de adequações no trajeto.

03O propósito é embrionário. Partiu do secretário de Obras (Sosur) de Lajeado, Adi Cerutti. Ele pretende agendar, ainda este mês, reunião com o prefeito, Luís Fernando Schmidt. A intenção é repassar a ideia e marcar novo encontro com integrantes do Executivo arroio-meense. “Precisamos pensar em um convênio entre os municípios e o governo do Estado. É um excelente atalho que precisa ser melhor aproveitado.”

Cerutti pretende angariar recursos para custear um projeto técnico para a obra. Acredita que a Ponte de Ferro, um dos principais pontos turísticos do Vale do Taquari, deva permanecer intacta, mas sem o fluxo atual de veículos. “Ela não comporta mais a demanda. E poderia ser ainda melhor aproveitada como ponto de visitação.”

O secretário não estima valores. Diz que é cedo para avaliar custos e estimativas para a obra, e avalia um investimento maior por parte dos lajeadenses. “A base da ponte em Arroio do Meio é de rocha, isso evitaria custos maiores para a administração vizinha.” Segundo Cerutti, a ligação entre a av. Alberto Pasqualini e a cidade de Arroio do Meio é um dos principais acessos à Univates.

Esse fato foi comprovado em reportagem publicada em fevereiro deste ano pelo jornal A Hora. Conforme a publicação, o aumento do fluxo de veículos no trecho da Ponte de Ferro aumentou 107% no horário que antecede o início das aulas na universidade, em comparação com período da tarde.

Prefeito demonstra receio

Questionado sobre a proposta do secretário Adi Cerutti, o prefeito de Arroio do Meio, Sidnei Eckert, demonstra receio em relação à proposta. Teme que a ideia tire o foco regional dos líderes regionais, que buscam a duplicação da ERS-130. “Eu mesmo uso o trajeto pela ponte, pois considero mais seguro. Mas nosso foco é duplicar a rodovia estadual e torná-la o elo principal entre as cidades.”

Apesar do receio, Eckert enaltece a criação de novas ideias, principalmente aquelas voltadas para a aproximação dos municípios do Vale do Taquari. “Toda ideia precisa ser respeitada. Mas é preciso torná-la madura antes de nos posicionarmos, e também antes de descartar qualquer possibilidade.” Ele demonstra disponibilidade para conversar sobre a proposta com o governo de Lajeado.

Última reforma em 2011

A Ponte de Ferro é hoje o principal atalho para os motoristas que evitam o trecho da ERS-130 entre Lajeado e Arroio do Meio. A última manutenção da estrutura ocorreu em 2011, após um caminhão acima do peso limite permitido causar avarias na estrutura.

Além da reforma, foram instalados pequenos pórticos que limitam a altura e o tamanho dos veículos. No total, municípios gastaram em torno de R$ 50 mil com os serviços que incluíram troca de algumas vigas de madeira e peças de ferro.

Em 2007, os dois governos também investiram em melhorias na estrutura, realizando a única restauração completa desde 1939. Naquela época, os dois municípios ratearam o valor de R$ 118 mil para colocação de madeira nova, lixação e pintura e luminárias. As obras que iniciaram em novembro de 2006 foram finalizadas apenas em março do ano seguinte. A reinauguração reuniu líderes regionais e representantes de ambos os Executivos municipais.

Ponte histórica

A construção da Ponte de Ferro iniciou em 1927, quando Carlos Fett Filho era prefeito de Lajeado. A obra sofreu com interrupções, principalmente pela falta de verbas. Foi concluída só 12 anos depois, com muita luta e empenho de ambas as comunidades.

Conforme historiadores, a inauguração oficial ocorreu no dia 16 de julho de 1939, com a presença de mais de dez mil pessoas. Entre elas, o então interventor federal, Osvaldo Cordeiro de Farias, coronel do Exército nomeado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas, como chefe do Executivo do Estado.

A obra tinha como principal objetivo garantir o trânsito permanente e facilitar o transporte da produção de Arroio do Meio, Encantado, Guaporé e Soledade para Lajeado e restante do Rio Grande do Sul. Muito por isso, o governo estadual auxiliou no término da estrutura.

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