Área cultivada com fumo deve reduzir 30%

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Área cultivada com fumo deve reduzir 30%

Baixo preço, estoque maior na indústria e falta de mão de obra estão entre os motivos

Vales do Taquari e Rio Pardo – Os fumicultores da região trabalham na preparação das mudas de fumo para a safra de 2014/15. Uma pesquisa da Afubra aponta para uma redução de até 30% da variedade burley (fumo de galpão) na área cultivada para este ciclo. Na variedade Virgínia, a redução é estimada em 12%.

02Conforme o gerente técnico Iraldo Backes, um dos motivos é a queda no valor pago pelo quilo do tabaco Burley. De uma média de R$ 7,35, na safra passada, para R$ 7,10. A média do tabaco Virgínia diminuiu para R$ 7,70 ante R$ 8,23, em abril.

As indústrias justificam o valor pago pela baixa procura dos importadores pelo fumo brasileiro, acarretando em alta nos estoques. A dificuldade de atendimento às exigências para a contratação de diaristas é outra justificativa para diminuir a área. “Sob pena de serem multados, produtores cultivam apenas o montante que conseguem colher com a mão de obra familiar.”

Até o momento, 85% das 712 mil toneladas previstas para serem colhidas na Região Sul foram vendidas. O recebimento será finalizado este mês. As primeiras mudas serão transplantadas até a metade do mês. Segundo Backes, a maioria dos produtores antecipa o plantio para concluir a colheita até início de janeiro. “O sol forte queima as folhas e influencia na qualidade.”

Neste ciclo foram plantados 330 mil hectares de tabaco na safra 2013/14, com 156 mil famílias produtoras integradas. A cotação da arroba de BO1 é de R$ 138,30 e do tipo TO1 é de R$ 131,55.

Boas perspectivas

Na propriedade da família Zeidler, em Sampaio, Santa Clara do Sul, o transplante das 50 mil mudas previstas para serem cultivadas neste ciclo inicia em agosto. Com disponibilidade de mão de obra, a área será mantida.

A insatisfação é com o preço pago pela indústria. A média pelas 350 arrobas colhidas ficou em R$ 90 – 20% menor do que no ciclo anterior. Mesmo assim, se comparado com o rendimento de outras culturas por hectare, para Eltor, 53, o fumo é a alternativa mais rentável. “O valor pago pelo litro de leite baixou R$ 0,10 após a fraude. É muito instável e exige bastante mão de obra.” Por dia são vendidos 150 litros.

O filho Diego, 24, deixou o emprego na cidade para retornar ao campo e ajudar os pais no cultivo de tabaco. Destaca a cultura como a melhor opção para obter lucro. Entre os motivos, cita a orientação técnica, garantia de compra de toda produção e preço mínimo. “Aves, suínos e produção de leite exigem altos investimentos e sem políticas de remuneração definidas, o produtor acaba refém das empresas, com o lucro comprometido.”

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