Vale do Taquari – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu nessa terça-feira a diminuição no preço da fatura da Certel. Para consumidores residenciais, a queda alcança 8,6%. Na indústria, o alívio na conta chega a 2,9%. Em média, a redução será de 6,6%.
Em abril, a Aneel havia aprovado o reajuste de 28,8% para usuários residenciais da AES Sul, concessionária com maior fatia de municípios na região, chegando a 1,3 milhão de unidade em 118 cidades gaúchas. Para indústrias e comércio, o percentual de aumento alcança 30,3%.
Como justificativa para o aumento, a Aneel alegou a necessidade de comprar energia do centro do pais, gerada por termelétricas. Mais cara, passou a ser usada em maior volume devido à estiagem que reduziu o nível dos reservatórios das hidrelétricas.
Nesse reajuste, a Aneel também considerou o reembolso dos custos com a compra da energia ao longo de 2013 a preços superiores aos fixados no último processo tarifário (abril 2013) e não cobertos pelas medidas do governo federal, ocasionando redução no ano passado.
Diferente do reajuste anual da tarifa, a cooperativa de Teutônia passou por uma revisão periódica, estabelecida há cada quatro anos. A metodologia adotada foi debatida em quatro audiências públicas, realizadas entre 2011 e 2012.
Essa revisão é prevista nos contratos de operação das cooperativas. A Certel atua em 47 municípios da Serra e dos vales do Taquari e do Rio Pardo. Responsável pela eletrificação em áreas rurais, a cooperativa atende cerca de 60 mil associados.
Segundo a Aneel, há 38 cooperativas regularizadas que atuam em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe, Paraná e Santa Catarina.
Mais oferta de energia
Conforme o diretor de operações da cooperativa, Ernani Mallmann, há sete projetos em análise para instalação de hidrelétricas. Caso tenham licença para operar, é possível suprir a necessidade de energia elétrica para toda a região.
Hoje a geração de energia da Certel provêm de três locais. No Arroio Boa Vista, em Estrela, no Rio Forqueta, em Barros Cassal, e no Salto do Forqueta, em São José do Herval. Para o presidente da Câmara da Indústria e Comércio do Vale do Taquari, Ito Lanius, a burocracia imposta para conseguir licenças ambientais para operação prejudica o desenvolvimento local. “Poderíamos chegar a uma geração de 230 megawatts. Hoje a região produz 13.”
região quer mais qualidade
Mesmo com a conclusão da Subestação Lajeado 1, resultando em um incremento de 40% na oferta de energia para 10,4 mil clientes do município e de Arroio do Meio, a AES Sul é alvo de críticas dos usuários.
As linhas de transmissão, em especial nas áreas rurais, têm problemas, causando quedas frequentes no abastecimento. No verão passado, a falta de energia causou a morte de frangos. Foram mais de 500 mil animais. Roca Sales, Relvado e Encantado estiveram entre os municípios mais prejudicados.
Diante disso, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais do Vale do Taquari e Serra do Alto do Taquari oficializaram um documento criticando o serviço da concessionária e exigindo qualidade no fornecimento de energia elétrica.
Em documento elaborado pelo Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), aglutinando diversas entidades, como CIC-VT, Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Univates entre outras, colocaram o abastecimento de energia elétrica como uma das prioridades regionais.
No texto, que será entregue aos candidatos às eleições de outubro, o conselho quer mais qualidade na distribuição para possibilitar a ampliação de fábricas e melhorias nas produções agrícolas. O uso de energia elétrica cresceu de 2000 a 2010 cerca de 43%. Índice superior ao constatado no Estado.
A principal abastecedora de energia no Vale do Taquari destinou cerca de R$ 36,6 milhões para investimentos na região nos últimos dois anos. Além da construção de uma subestação em Roca Sales e um novo alimentador, também modernizou as subestações Estrela 2 e Encantado e trocou mais de três mil postes da rede.
