Lajeado – A utilização de veículos não autorizados para o transporte de passageiros incomoda a classe dos taxistas lajeadenses. Pelo menos dez motoristas atuam dessa forma no município, cobrando preços menores em comparação com as tarifas aprovadas pelo Conselho Municipal de Trânsito (Comtran). Profissionais regularizados ameaçam recorrer ao Ministério Público (MP).
Os veículos irregulares atuam em todas as áreas da cidade, e costumam atuar mais durante a noite e aos fins de semana. O preço baixo atrai cada vez mais os passageiros, e o valor sempre é combinado antes da viagem. Alguns possuem, inclusive, tarifas “tabeladas” de acordo com as distâncias entre determinados pontos.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Taxistas de Lajeado, Ruben Satler, hoje existem 61 taxistas autorizados a trabalharem na cidade. Eles estão distribuídos em 18 pontos fixos. Todos precisam pagar taxas para garantir o alvará de licença, além de realizar curso específico em escolas técnicas conveniadas.
Satler lamenta a falta de efetividade no combate aos taxistas irregulares. “Eles geram prejuízos para todos que atuam de forma legal. O único jeito de acabar com isso é buscar auxílio da Promotoria.” O presidente reitera que os profissionais autorizados atuam de acordo com as tarifas aprovadas pelo Comtran, enquanto os demais decidem o preço no momento da viagem.
“Eles cobram antes de chegar ao destino. Não possuem taxímetros.” Falta de identificação e segurança aos passageiros são outros problemas citados pelo presidente. Satler, assim como outros taxistas, já participou de reuniões com o poder público, que prometeu solução. No entanto, a dificuldade de fiscalizar atrapalha o trabalho do Departamento de Trânsito.
“Muito difícil comprovar”
De acordo com o diretor de Trânsito, Euclides Rodrigues, a equipe do departamento possui dificuldades para flagrar o exercício ilegal da profissão. Não há registros de punições aos taxistas irregulares. “É muito difícil comprovar. Como não há qualquer identificação, eles simplesmente argumentam que estão dando carona para o passageiro.”
Rodrigues fala da importância de os passageiros optarem por taxistas autorizados pelo poder público. Cita o seguro garantido pelos profissionais credenciados como um dos benefícios. “Se a pessoa se envolver em um acidente dentro de um táxi ilegal, não terá garantia alguma.” O diretor lembra que todo passageiro que paga pelo serviço ilegal acaba contribuindo para o exercício ilegal da profissão.
Tarifa deve aumentar 10%
Um encontro realizado há duas semanas entre taxistas, sindicato e Comtran definiu a nova proposta para reajuste dos valores da tarifa. Conforme o presidente do Conselho, Euclides Rodrigues, o aumento sugerido ao Executivo é de 10%. Hoje, o valor da bandeirada é de R$ 4,50. Caso o prefeito autorize o aumento, o preço inicial de cada corrida será de R$ 4,95.
